Alfa: Revista de Lingüística (Jan 2012)

Palatalização das plosivas alveolares em Flores da Cunha (RS): variação linguìstica e práticas sociais

  • Elisa Battisti,
  • Adalberto Ayjara Dornelles Filho

DOI
https://doi.org/10.1590/S1981-57942012000300016
Journal volume & issue
Vol. 56, no. 3
pp. 1117 – 1149

Abstract

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A palatalização variável das plosivas alveolares no português brasileiro falado em Flores da Cunha é moderada, o que contribui para caracterizar o falar local. A análise de regra variável (LABOV, 1972, 1994, 2001) de dados de 48 entrevistas sociolinguísticas de Flores da Cunha do BDSer revela uma proporção total de aplicação de 29%. Os condicionamentos são tanto linguísticos quanto sociais e a palatalização progride na comunidade: jovens, vogal alta fonológica, habitantes de zona urbana e consoante-alvo desvozeada favorecem a palatalização. Na análise da variação como prática social (ECKERT, 2000), o estudo da rede social dos informantes mostra que a alta densidade da rede, nucleada por informantes de grupos etários mais velhos, refreia a palatalização. O estudo etnográfico revela que os habitantes de Flores da Cunha, em especial os jovens, realizam práticas sociais inovadoras ao lado de práticas tradicionais, introduzindo a palatalização na comunidade. O emprego das formas palatalizadas é valorado como não local e é relativamente prestigiado.

Keywords