Revista Brasileira de Ciência do Solo (Jun 2006)

Compatibilidade simbiótica de fungos micorrízicos arbusculares com espécies arbóreas tropicais Symbiotic compatibility of arbuscular mycorrhizal fungi with tropical tree species

  • Enrique Pouyu-Rojas,
  • José Oswaldo Siqueira,
  • José Geraldo Donizetti Santos

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-06832006000300003
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 3
pp. 413 – 424

Abstract

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A revegetação com espécies arbóreas é uma estratégia adequada, quando se pretende a reabilitação de terras degradadas. Entretanto, o estabelecimento e o crescimento destas em solos pobres em nutrientes dependem de diversos fatores como a capacidade de formar e beneficiar-se das micorrizas. No presente estudo, realizado em casa de vegetação na Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais- Brasil, avaliaram-se aspectos da relação fungos micorrízicos arbusculares e espécies arbóreas do sudeste brasileiro. Os fungos estudados foram: Scutellospora pellucida, Acaulospora scrobiculata, Entrophospora colombiana, Gigaspora gigantea, Gigaspora margarita, Glomus etunicatum, Scutellospora gregaria, Glomus clarum e isolados oriundos de agrossistemas e de mata, os quais foram inoculados em dezesseis espécies vegetais: Luehea grandiflora, Cecropia pachystachya, Schinus terebinthifolius, Machaerium nyctitans, Senna macranthera, Senna spectabilis, Solanum granuloso-leprosum, Caesalpinea ferrea, Tabebuia serratifolia, Maclura tinctoria, Guazuma ulmifolia, Acacia polyphylla, Mimosa caesalpiniaefolia, Enterolobium contortisiliquum, Trema micrantha e Cedrela fissilis. Estas espécies apresentaram comportamento diferenciado em relação à susceptibilidade aos fungos e às respostas em crescimento decorrentes da inoculação. A amplitude de eficiência simbiótica dos fungos variou muito, sendo o Gl. clarum, E. colombiana, S. pellucida e Gl. etunicatum os fungos de maior amplitude, beneficiando mais de 80 % das espécies vegetais estudadas, e a A. scrobiculata a espécie de comportamento mais restrito em relação aos hospedeiros. A análise da compatibilidade fungo-hospedeiro e o comportamento geral das espécies em associação indicam a ocorrência de seletividade diferenciada na rela��ão fungo-hospedeiro, existindo combinações de eficiência simbiótica muito variável para as plantas hospedeiras. A importância destes resultados para a revegetação de áreas degradadas é discutida.Revegetation with tree species is an appropriate strategy for the rehabilitation of degraded areas. However, the establishment and growth of these species in low nutrient soils depends upon several factors, such as the ability of the species to form and benefit from mycorrhizae. In this study, conducted in pots under greenhouse conditions at the Federal University of Lavras in Minas Gerais, Brazil, aspects of host-fungus relationship in tree species found in Southeastern Brazil were evaluated. The following arbuscular mycorrhiza (AM) fungal species were studied: Scutellospora pellucida, Acaulospora scrobiculata, Entrophospora colombiana, Gigaspora gigantea, Gigaspora margarita, Glomus etunicatum, Scutellospora gregaria, Glomus clarum, and fungi isolated from agrosystems and native forest. All these fungi were inoculated on the following sixteen plant species: Luehea grandiflora, Cecropia pachystachya, Schinus terebinthifoliu, Machaerium nyctitans, Senna macranthera, Senna spectabilis, Solanum granuloso-leprosum, Caesalpinea férrea, Tabebuia serratifolia, Maclura tinctoria, Guazuma ulmifolia, Acacia polyphylla, Mimosa caesalpiniaefolia, Enterolobium contortisiliquum, Trema micrantha, and Cedrela fissilis. These species presented differentiated susceptibility and growth response under inoculation with AM fungi. Within the substantially wide range of symbiotic efficiency Gl. clarum, E. colombiana, S. pellucid,a and Gl. etunicatum presented the highest amplitudes, being efficient for over 80 % of all studied species, whereas A. scrobiculata was the fungus with the most restricted range of hosts. A compatibility analysis of the host-fungus relationships indicated the existence of a differential selectivity among them, resulting in varied symbiotic efficiency for the host plants. The importance of these results for the revegetation of degraded areas is discussed.

Keywords