Anuário do Instituto de Geociências (Jul 2007)

Microperfurações em Foraminíferos Bentônicos da Lagoa Pitanguinha, RJ.

  • Mariana Cardoso,
  • Daniele da Silva Batista,
  • Cynthia Damazio,
  • Maria Célia Elias Senra

Journal volume & issue
Vol. 30, no. 1
p. 233

Abstract

Read online

Os foraminíferos bentônicos têm sido foco deestudos paleoecológicos por serem geralmente abundantese possuírem bom potencial de preservaçãodevido à carapaça de composição calcárea ou aglutinada.São indicadores potenciais do ambiente, e seuestado de preservação é um reflexo direto de fatoresambientais, entre eles, a atividade bioerosiva. Os organismosperfuradores são os principais agentes debioerosão em ambiente carbonático, comprometendoa preservação dos esqueletos. A lagoa Pitanguinhafaz parte do complexo lagunar em Araruama, noEstado do Rio de Janeiro, juntamente com outraslagunas distribuídas ao longo de uma estreita planície.Localizada na restinga de Massambaba, entreas latitudes 22°55’42’’ e 22°56’00’’S e longitudes42°20’45’’ e 42°2°21’30’’W, tem sua formação relacionadaa duas transgressões marinhas sucessivas.O presente estudo tem por objetivo registrar traçosde bioerosão em foraminíferos bentônicos da LagoaPitanguinha, Rio de Janeiro. Das amostras cedidaspara estudo pelo LABIOTAL/Ecb/UNIRIO, foramretirados 50 cm3 de sedimento, lavados em água correnteempregando-se peneiras 53, 75 e 212 mesh,desidratados em temperatura ambiente e triadas paraa identificação dos foraminíferos e das microperfurações,sendo analisado um total de 100 indivíduos.A identificação dos foraminíferos empregou microscópioestereoscópico e as fotomicrografias paraobservação bioerosão nas carapaças foram obtidasem microscópio eletrônico de varredura. As associaçõesde foraminíferos bentônicos são compostaspelas espécies de carapaças hialinas Ammoniatepida, Discorbis sp. e as espécies de carapaçasporcelanosas foram Quinqueloculina laevigata,Quinqueloculina poeyana, Quinqueloculina seminulum,Quinqueloculina sp., Triloculina oblonga eTriloculina sp. A. tepida e Q. laevigata aparecemcom maior freqüência e maiores índices de microbioerosão.Nas espécies porcelanosas, as perfuraçõestratam-se de formas alongadas ou circularesirregulares, ambas variando em espessura e diâmetro,enquanto nas hialinas, são alongadas às vezesramificadas com diâmetros homogêneos, bem como,perfurações circulares a subcirculares irregulares emforma e tamanho. Bolivina sp, Triloculina sp. nãoapresentaram marcas de bioerosão. As microperfuraçõessão atribuídas a microorganismos autotróficos.Agradecimentos ao Instituto Virtual de PaleontologiaIVP-FAPERJ, pelo suporte financeiro ao projeto e aoInstituto Militar de Engenharia, RJ, pela utilizaçãodo Microscópio Eletrônico.