Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)
Perfil dos primeiros usuários do sus cadastrados no componente especializado da Assistência Farmacêutica na Bahia para tratamento da Hepatite C com o esquema 3D
Abstract
Introdução: A infecção crônica pelo vírus da Hepatite C (HCV) atinge aproximadamente cerca de 71 milhões de pessoas em todo o mundo. Foram notificados no Brasil 331.855 casos de hepatite C e as maiores taxas de detecção foram observados na faixa etária de 55 a 59 anos, em ambos os sexos, com prevalência maior em homens. Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais e cerca de 400 mil pessoas vão a óbito no mundo todo ano, devido a complicações desta doença. O número de óbitos devido a infecçao por HCV vem aumentando ao longo dos anos em todas as regiões do Brasil. O tratamento visa a erradicação do vírus a fim de melhorar a expectativa e qualidade de vida, diminuir a transmissão do vírus e evitar a evolução mais grave da doença. Em 2016 um novo esquema de tratamento foi incorporado ao SUS, com medicamentos de ação direta contra o vírus, com vantagens significativas em relação aos tratamentos anteriores, o esquema 3D composto por Veruprevir, Ritonavir, Ombitasvir e Dasabuvir. Este trabalho tem como objetivo identificar o perfil dos primeiros usuários do SUS cadastrados na Bahia a utilizarem o esquema 3D para tratamento da Hepatite C. Materiais e Métodos: Este trabalho trata de um estudo de caso, de natureza quantitativa, que utilizou para coleta dos dados a Ficha de Acompanhamento Ambulatorial dos pacientes da Farmácia do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) que iniciaram tratamento com esquema 3D. Resultados e Discussões: Entre o mês de novembro de 2017 e julho de 2018, 78 usuários do SUS iniciaram o tratamento com esquema 3D para tratamento da Hepatite C. A maioria era do sexo feminino (45,2%), apresentando-se na faixa etária de 50-59 anos (25,8%), sem tratamento prévio para hepatite C (59,1%), infectados pelo vírus de genótipo 1B (41,9%) e apresentando grau de fibrose F2 (31,2%). Cerca de 37,6% dos pacientes eram portadores de outras patologias. Em relação à apresentação de reações adversas, 15,1% dos pacientes se queixaram principalmente de náusea, sonolência, cefaleia e alterações no apetite. Não foram encontrados registro de queixas em 46,2% dos casos. Conclusões: Embora a população estudada não represente o total de pacientes em uso destes novos medicamentos na Bahia, a sua caracterização torna-se relevante visto a recente incorporação destes medicamentos ao elenco do SUS.