Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Apr 2005)

Rastreamento da depressão pós-parto em mulheres atendidas pelo Programa de Saúde da Família Post-partum depression screening among women attended by the Family Health Program

  • Eliane Bezerra da Silva Cruz,
  • Gláucia Lucena Simões,
  • Alexandre Faisal-Cury

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032005000400004
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 4
pp. 181 – 188

Abstract

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OBJETIVOS: estimar a prevalência de depressão puerperal (DP) sua associação com transtorno mental comum (TMC) nas mulheres atendidas por duas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) da cidade de São Paulo e identificar os fatores de risco associados à DP. MÉTODOS: estudo de corte transversal com 70 puérperas atendidas nas Unidades do PSF, Fazenda da Juta II e Jardim Sinhá, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2004. Como instrumentos utilizaram-se: questionário com informações sociodemográficas econômicas e dados obstétricos e perinatais; Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20), para rastreamento de TMC e a Edinburgh Post-Natal Depression Scale (EPDS), para avaliação de DP. Para testar as associações entre variáveis explicativas (fatores de risco) e a presença de DP foram utilizados os testes t de Student, chi2 e chi2 de tendência linear, quando indicados. Para avaliar a concordância entre a EPDS e o SRQ foi utilizado o coeficiente de concordância kappa (kapa). RESULTADOS: a prevalência de TMC e de DP foi de 37,1%. As escalas apresentaram boa concordância (kapa = 0,75). As variáveis explicativas idade materna, cor, escolaridade, ocupação e estado civil, além de idade, ocupação e instrução do companheiro, renda familiar, número de gestações, paridade, abortamentos, filhos vivos, partos prematuros, idade gestacional, tipo do parto, planejamento da gestação, Apgar de 1º e 5º minuto, sexo e peso do recém-nascido e aleitamento materno não apresentaram significância estatística. Quanto maior a percepção de suporte social do marido, menor a prevalência de DP (p=0,03). CONCLUSÃO: devido à alta prevalência e impacto negativo sobre a mãe e seu filho, é valioso sensibilizar o profissional de saúde para a importância da DP.PURPOSE: to estimate the prevalence of Family Health Program postpartum depression (PPD) and its association with minor mental disorders (MMD) among women attended in two (FHP) PSF units, in the city of São Paulo, and to identify risk factors associated with PPD. METHODS:a cross-sectional study with 70 postpartum women from two FHP units (Fazenda da Juta II and Jardim Sinhá), from October 2003 to February 2004. The following instruments were used: questionnaire with socio-demographical-economic data and obstetric and perinatal data; Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20), for screening of MMD, and Edinburgh Post-Natal Depression Scale (EPDS), for evaluation of PPD. To verify association between explanatory variables and PPD, Student's t test, chi2 or linear trend chi2 were utilized when indicated. To evaluate concordance between scales (EPDS and SRQ-20) kappa (kappa) coefficient correlation was used. RESULTS:the prevalence of PPD and MMD was 37.1%. Scales presented a good concordance (kappa=0.75). The explanatory variables age, ethnicity, years of education, profession, and marital status, besides partner's profession and years of education, familiar income, number of pregnancies, parity, miscarriage, number of alive children, premature deliveries, gestational age, type of delivery, planning of actual pregnancy, score of Apgar (first and five minutes), newborn sex and weight, and breastfeeding did not show significant statistical association. A greater perception of social support from the partner was associated with lower prevalence of PPD (p=0.03). CONCLUSION: because of its high prevalence and negative impact upon mother and child, it is worthwhile to sensitize health care professionals about the importance of PPD

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