Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

INTERNAÇÕES POR LEUCEMIA NO BRASIL ENTRE 2018 E 2023 - UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

  • GL Carnaúba,
  • MC Queiroz,
  • RA Olivo

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S316 – S317

Abstract

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Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das taxas de internações por leucemia nas diferentes regiões brasileiras. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter descritivo. Os dados utilizados na análise foram adquiridos através do DATASUS, por meio do SIH/SUS. As variáveis específicas selecionadas incluíram o CID10, o número de internações, a região/Unidade da Federação, faixa etária e sexo. O período analisado abrangeu os anos de 2018 a 2023. Os dados foram organizados no programa Microsoft Office Excel, e, em seguida, foi realizada uma análise estatística dos dados obtidos. Resultados: Durante o período supracitado foram contabilizadas 236.684 internações por leucemia no Brasil. A região com o maior número registrado de internações foi a Região Sudeste, com 97.047 internações (41% do total), seguida pelas regiões Nordeste (26,6%), Sul (18,8%), Centro-Oeste (7%) e Norte (6,6%). O sexo que predominou em número de internações foi o mesculino, com 145.765 (61,6%). Já no sexo feminino, o valor registrado foi de 110.299 (38,4%). As faixas etárias mais acometidas pela doença foram: 1 a 4 anos, com 37.623 (15,9%) internações; 5 a 9 anos, com 37.330 (15,7%); e 10 a 14 anos, com 27.398 (11,5%). Discussão: A taxa de internações por leucemia no Brasil durante o período analisado reflete um padrão de distribuição proporcional à atual configuração geográfica do país, sendo a porcentagem de internação próxima à população de cada região. Todavia, destaca-se a região Norte, que, apesar de ser a quarta em termos populacionais, apresenta a menor porcentagem de internações. Esse cenário reflete a precariedade no acesso à saúde na região, um possível subdiagnóstico dos casos de leucemia, ou mesmo um deslocamento para outras localidades em busca de tratamento. Os dados epidemiológicos demonstram uma taxa de internação 23,2% maior entre o sexo masculino, o que está em consonância com os achados da literatura sobre o grupo mais afetado. Ademais, ao analisar a faixa etária com maior número de internações por leucemia, percebe-se que a maior incidência ocorre na população de 1-4 anos, com taxas que reduzem progressivamente com aumento da idade, sendo o maior risco até os 14 anos. Os valores de maiores internações em crianças refletem a fisiopatologia das leucemias, que são decorrentes de mutações malignas de células progenitoras linfoides, grupo de células mais ativas na primeira infância. A pesquisa limita-se a representar o número de internações gerais por leucemia, sem especificar o tipo de leucemia, o que impacta os resultados devido às diferentes características clínicas e epidemiológicas das neoplasias. No entanto, esses dados são relevantes para a compreensão das implicações da doença na saúde pública e para a implementação de estratégias que facilitam o acesso ao tratamento em diferentes regiões. Conclusão: Constatou-se que a taxa de internações hospitalares por leucemia no Brasil, durante o período estudado, segue um padrão próximo à distribuição populacional, com leve redução para o Norte do país. Outrossim, os dados epidemiológicos relativos à sexo e idade estão em concordância com a literatura e são válidos para melhor direcionamento de recursos na saúde pública.