Working Papers em Linguística (Oct 2016)

Constituição subjetiva e materialidades vocais: quando as palavras falham

  • Luciana Iost Vinhas,
  • Liliane de Souza Castro

DOI
https://doi.org/10.5007/1984-8420.2016v17n2p34
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 2
pp. 34 – 45

Abstract

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A partir da análise da fala de uma apenada em regime de privação de liberdade na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, objetivamos refletir sobre a relação entre maternidade e cárcere a partir do aparato teórico da Análise de Discurso de linha francesa. Observamos como, na materialidade significante, ocorre o atravessamento da estrutura carcerária na fala da apenada, atentando especialmente para as repetições de palavras, compreendidas como um excesso intradiscursivo (Ernst, 2009), o qual remete ao funcionamento da relação entre inconsciente e ideologia. Consideramos que o excesso aponta para algo do Real que não consegue ganhar corpo no Simbólico, sendo possível teorizar sobre os efeitos do Aparelho Repressivo de Estado na forma como a apenada se subjetiva.

Keywords