Revista Brasileira de Oftalmologia (Jun 2016)

Trauma ocular na Faculdade de Medicina de Botucatu

  • Felipe de Queiroz Tavares Ferreira,
  • Marjorie Fornazier do Nascimento,
  • Roberta Lilian Fernandes de Sousa Meneguim,
  • Carlos Roberto Padovani,
  • Silvana Artioli Schellini

DOI
https://doi.org/10.5935/0034-7280.20160039
Journal volume & issue
Vol. 75, no. 3
pp. 185 – 189

Abstract

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RESUMO Objetivo: Avaliar os traumas oculares graves atendidos em um hospital universitário e que demandaram internação. Métodos: Estudo retrospectivo envolvendo 303 portadores de trauma ocular grave atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP, entre Janeiro de 1998 até Dezembro de 2008 e que necessitaram internação. Foram avaliadas as variáveis demográficas, as causas dos acidentes, os fatores envolvidos, a acuidade visual inicial e final, assim como os procedimentos realizados. Os dados foram submetidos à análise estatística. Resultados: No período ocorreram 307 traumas oculares graves que foram internados e operados, com maior frequência entre 26 e 40 anos de idade (26%) e do sexo masculino (82%). A maioria dos casos entre os adultos decorreu de acidentes de trabalho ou de trânsito e em crianças, em ambiente de lazer ou doméstico. A córnea foi o local mais afetado (75%) e a zona I foi a mais atingida (82%). O trauma perfurante foi o mais frequente e o agente causal principal foi o vidro (18%), acometendo principalmente os lavradores (41%). A grande maioria dos portadores de trauma ocular atendidos não usava equipamentos de segurança. Após a cirurgia, a AV se manteve abaixo de 0,1 em 48% dos acometidos. O tempo entre o trauma e o tratamento influenciou o prognóstico visual. Conclusão: O trauma ocular grave permanece como uma importante causa de morbidade e cegueira monocular prevenível. O tratamento cirúrgico bem conduzido pode minimizar o prejuízo para a função visual, devendo ser reforçada a necessidade de medidas de prevenção.

Keywords