Revista Educação e Emancipação (Mar 2021)

“Precisamos tratar da Alice”: Dificuldades na aprendizagem, da ritalina à literatura

  • Rafael Guimarães Tavares da Silva,
  • Yasmine Martins Diniz

DOI
https://doi.org/10.18764/2358-4319.v14n1p65-84
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 1
pp. 65 – 84

Abstract

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Partindo de dados recentes sobre o crescimento exponencial do uso de medicamentos na educação de crianças e jovens, em especial com relação às dificuldades de aprendizagem, propomos uma reflexão crítica sobre o impacto pessoal e social desse tipo de mudança. Para isso, recorremos a pesquisas atuais sobre o assunto e, encarando-as da perspectiva crítica delineada por Michel Foucault ao longo de sua obra, buscamos alternativas às atuais estratégias biopolíticas de controle social, dentre as quais se encontram a medicalização da vida e a medicamentação do ensino. Com esse objetivo, recorremos à literatura – e à arte de modo geral – como caminhos abertos aos educadores dispostos a suscitar vivências emancipadoras a quem se encontre envolvido em suas propostas de construção do conhecimento. No início do presente artigo, delineamos um experimento de viés literário com o fim de sugerir estratégias disponíveis aos professores para contornar reais problemas de aprendizagem que venham a enfrentar em sala de aula. Palavras-chave: Medicamentação da sociedade; Ensino de literatura; Sociologia da educação. “We need to deal with Alice”: learning difficulties, from ritalin to literature ABSTRACT Based on recent data on the exponential growth in the use of medicines in the education of children and young people, especially in relation to learning difficulties, we propose a critical reflection about the personal and social impact of this type of change. For this, we employ recent research on the subject and, facing them from the critical perspective outlined by Michel Foucault throughout his work, we seek alternatives to the current biopolitical strategies of social control, among which are the medicalization of life and the medicamentation of teaching. With this objective in mind, we resort to literature – and art in general – as open paths for educators willing to raise emancipatory experiences for anyone involved in their knowledge construction processes. At the beginning of this article, we outline an experiment with a literary bias in order to suggest strategies available to teachers willing to deal properly with real learning problems in the classroom. Keywords: Medicamentation of society; Teaching literature; Sociology of education. “Necesitamos tratar con Alice”: dificultades de aprendizaje, del ritalín a la literatura RESUMEN Con base en datos recientes sobre el crecimiento exponencial en el uso de medicamentos en la educación de niños y jóvenes, especialmente en relación con las dificultades de aprendizaje, proponemos una reflexión crítica sobre el impacto personal y social de este tipo de cambio. Para ello, empleamos investigaciones recientes sobre el tema y, desde la perspectiva crítica esbozada por Michel Foucault a lo largo de su trabajo, buscamos alternativas a las estrategias biopolíticas actuales de control social, entre las cuales se encuentran la medicalización de la vida y la medicamentación de la enseñanza. Con este objetivo en mente, recurrimos a la literatura, y al arte en general, como caminos abiertos para los educadores dispuestos a generar experiencias emancipadoras para cualquier persona presente en sus procesos de construcción de conocimiento. Al comienzo de este artículo, describimos un experimento con un sesgo literario para sugerir estrategias disponibles para los maestros capaces de lidiar adecuadamente con problemas reales de aprendizaje en el aula. Palabras clave: Medicamentación de la sociedad; Enseñanza de literatura; Sociología de la educación.

Keywords