Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
DISPARIDADES REGIONAIS E INTERNAÇÕES POR LINFOMA NÃO-HODGKIN NA POPULAÇÃO JOVEM BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DE 2019 A 2024
Abstract
Objetivos: Analisar os casos diagnosticados de linfoma não-Hodgkin na população de 0 a 19 anos, de 2019 a 2024. Material e método: Foi realizado o levantamento de dados de ano do diagnóstico no território brasileiro, durante o período de 2019 a 2024, disponíveis nos seguintes sistemas: Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), através do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I) e da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade; Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Sistema de Informações de Câncer (SISCAN). Resultados: Entre 2019 a 2025, foram diagnosticados no Brasil 1.869 casos de Linfoma Não-Hodgkin (LNH), sendo o número de casos de LNH Difuso (1.754) significantemente superior ao LNH Folicular (115). O Sudeste foi a região com maior quantidade de casos de LNH difuso (604) e de Linfoma Folicular (45). Em comparação, a região Norte possui a menor quantidade de casos do tipo difuso (170) e apresenta 16 casos diagnosticados do tipo folicular. Além disso, podemos observar que no mesmo período descrito acima o Sul foi a região que apresentava menos casos de Linfoma Folicular (15) e sobre casos de LNH Difuso seriam 332. Já a região Centro-Oeste obteve o menor índice de casos de LNH Difuso (169) e, sobre os casos de Linfoma Folicular, foram diagnosticados 21. Por último, a região Nordeste teve um número baixo de casos de Linfoma Folicular (18), porém apresentou o segundo maior índice de casos de LNH difuso (479). Discussão: Os dados de 2019 a 2024 revelam que, no tocante ao perfil sociodemográfico, o Linfoma Não-Hodgkin difuso (LNH) é consideravelmente mais prevalente do que o linfoma folicular no Brasil. As disparidades regionais na incidência, que se correlacionam com a prevalência de LNH em todas as regiões, sugerem interferência devido a fatores como as condições socioeconômicas e as diferenças nas infraestruturas médicas, sublinhando a importância das estratégias de saúde pública para melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento nas zonas sub atendidas. Assim, vale ressaltar que o maior registro de número de casos corresponde a região sudeste, o que pode ser explicado por uma maior densidade populacional e melhor acesso aos serviços de saúde. Por outro lado, nas regiões centro-oeste e norte, há uma quantidade consideravelmente menor de casos de LNH difuso e folicular, provavelmente, devido às barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento, bem como potenciais subnotificações. Conclusão: Diante dos dados apresentados, observa-se que as internações por Linfoma Não-Hodgkin (LNH) na faixa etária de 0 a 19 anos no Brasil, entre 2019 a 2024, superam as ocorrências de linfoma folicular. Ademais, os dados evidenciam disparidades regionais que refletem a influência de fatores socioeconômicos e estruturais na incidência e no registro dos casos de LNH. As discrepâncias na disponibilidade e qualidade dos serviços de saúde destacam a necessidade urgente de estratégias de saúde pública que visem melhorar o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado. Portanto, este estudo sublinha a importância de intervenções estratégicas e planejadas no sistema de saúde brasileiro, com o objetivo de não apenas promover a detecção precoce e o tratamento eficaz, mas também de reduzir as desigualdades regionais.