Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Sep 2024)

Falta de Uso de Anticoagulantes em Pacientes com Fibrilação Atrial e Risco Aumentado de Eventos Tromboembólicos de Acordo com o Sexo: Insights de um Estudo Multicêntrico Brasileiro

  • Emiliano Medei,
  • Renata Moll-Bernardes,
  • Martha V. T. Pinheiro,
  • Andréa S. Sousa,
  • Barbara Abufaiad,
  • Andre Feldman,
  • Guilherme D’andrea Saba Arruda,
  • Thiago Libano Csernik Monteiro,
  • Fabio Augusto De Luca,
  • Benhur Davi Henz,
  • Denilson C. Albuquerque,
  • Antonio Aurelio P. Fagundes Junior,
  • Marcia M. Noya-Rabelo,
  • Angelina Silva Camiletti,
  • Rose Mary Frajtag,
  • Ronir R. Luiz,
  • Olga F. Souza

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20240310
Journal volume & issue
Vol. 121, no. 9

Abstract

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Resumo Fundamento A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais prevalente e sua apresentação difere de acordo com a idade e o sexo. Estudos recentes revelaram diferenças na FA entre vários grupos demográficos, incluindo a população latino-americana. Objetivos Melhor compreender as possíveis disparidades na prevalência da FA e nas estratégias de tratamento na população brasileira por meio de dados de um registro prospectivo multicêntrico de grande escala. Métodos O registro de FA da Rede D’Or é um estudo observacional prospectivo multicêntrico que incluiu pacientes com idade ≥ 18 anos com FA atendidos no pronto-socorro de 32 hospitais terciários no Brasil. Os pacientes foram caracterizados de acordo com o sexo e outras características basais e classificados de acordo com o uso prévio de anticoagulantes. Foi analisada a falta de uso de anticoagulantes em pacientes com indicações prévias. A significância estatística foi estabelecida em 5%. Resultados Os dados do estudo foram provenientes de um total de 1.955 pacientes inscritos. O sexo masculino foi mais prevalente e os homens eram mais jovens que as mulheres. Devido ao aumento da prevalência de episódios anteriores de FA e a um escore CHA2DS2-VASc mais elevado, mais mulheres tiveram indicação de terapia anticoagulante; no entanto, uma proporção significativa não estava recebendo esse tratamento. Dos 29 óbitos intra-hospitalares, 15 pacientes tinham indicação prévia para anticoagulação, mas apenas 3 estavam em uso de anticoagulantes. Conclusão O presente estudo revelou diferenças relacionadas ao sexo na população brasileira de pacientes com FA que são consistentes com tendências em países de alta renda. A promoção de uma melhor implementação de terapias anticoagulantes e antitrombóticas para reduzir o risco de óbito e eventos tromboembólicos entre mulheres com FA no Brasil é crucial.

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