Educação (Santa Maria. Online) (Dec 2009)

<b>Entre o ecoísmo-narcisismo e a figura da linguagem docente</b>

  • Ercília Maria de Moura Garcia Luiz,
  • Amarildo Luiz Trevisan

Journal volume & issue
Vol. 34, no. 3

Abstract

Read online

Este trabalho consiste numa reflexão hermenêutica sobre a imagem docente perante o mundo racionalista, tendo como ponto de partida dois estudos críticos de Theodor W. Adorno: Tabus que pairam sobre a profissão de ensinar e A filosofia e os professores. Nesse contexto, os fenômenos que se reificaram, prevalentemente analisados, além de contemplarem uma explanação do esquema sujeito-objeto, são enfocados pelo viés da figura da linguagem docente e da linguagem como experiência e revelação de mundo. Nesse sentido, buscamos investigar o modo de como a figura da linguagem de Eco e Narciso pode auxiliar na compreensão pedagógica docente. Assim, consideramos que a razão sistêmica decorrente do iluminismo retorna ao mito, ao valorizar o mundo técnico-científico e a coisificação da pessoa; a ação instrumental em detrimento da ação comunicativa docente. Essa outra racionalidade, que aqui buscamos tematizar, aciona a premissa de que a comunicação efetiva na relação pedagógica deve transcender a metamorfoses de linguagens patológicas tais como as de Narciso e Eco, bem como à superação das mesmas nas tessituras hermenêuticas. Desse modo, pela via da compreensão na relação pedagógica, envolve mais do que metalinguagem mítica, mas uma abertura à ação comunicativa. Se tudo é linguagem, mesmo os tabus, quando cristalizados nesse mundo, dissolvem-se juntamente com a aporia da relação sujeito-objeto. Por fim, nessa intencionalidade, situamos a razão comunicativa de Jürgen Habermas como um outro horizonte à relação pedagógica em dias contemporâneos. Palavras-chave: Linguagem. Compreensão. Eco e Narciso.