BBR: Brazilian Business Review (Jan 2005)
O Foco é a Teoria Amostral nos Campos da Auditoria Contábil Tradicional e da Auditoria Digital: testando a Lei de Newcomb- Benford para o primeiro dígito nas contas públicas
Abstract
A apresentação e demonstração da Lei de Newcomb-Benford (1881,1938), como uma metodologia poderosa no planejamento do trabalho de campo de Auditoria, foram enfatizadas por Hill (1998), Pinkham (1961) e Raimi (1985), mas sua integração com testes de Hipóteses os mostrou-se mais eficaz para tal fim. Para tanto, este artigo tem como finalidade apresentar uma proposta de um modelo contabilométrico para o campo da Contabilidade Financeira e da Auditoria Digital, diferente do método tradicional utilizado no Brasil. Inicialmente, foi evidenciado o modelo contabilométrico fundamentado na relação entre a Lei de Newcomb-Benford e Teste de Hipóteses (Z-Teste e Qui-quadrado), introduzido por Nigrini (2000). Depois, foi desenvolvido uma aplicação prática utilizando-se de um estudo de caso para vinte municípios do Estado da Paraíba para verificar a eficácia do modelo apresentado neste trabalho considerando uma população de aproximadamente 104 mil notas de empenho. O procedimento metodológico utilizado durante o desenvolvimento dessa pesquisa foi o método dedutivo, e fundamentando-se numa aplicação prática a partir de notas de empenhos dos municípios paraibanos acima mencionados, abstraindo o 1º dígito e aplicando a Lei de Newcomb-Benford e medindo o nível de significância por meio de Testes de Hipótese. Constatou-se, então, que o modelo adotado foi capaz de delinear o DNAequivalente do comportamento das despesas públicas dos municípios sob análise e verificou-se que o método contabilométrico, aqui desenvolvido, é eficaz, concluindose que há forte indício de superfaturamento e fracionamento de despesas para burlar o limite que é estabelecido pela Lei Federal nº 8666/93 que disciplina as aquisições mediante licitações.