Revista Portuguesa de Pneumologia (Mar 2008)
Medição do óxido nítrico no ar exalado: Utilização na avaliação de crianças com história de sibilância The clinical use of exhaled nitric oxide in wheezing children
Abstract
Encontram-se publicados múltiplos trabalhos sobre o papel das determinações do óxido nítrico no ar exalado (FENO) no âmbito do estudo da inflamação brônquica que nos permitem afirmar que se trata duma medição simples, não invasiva e de grande utilidade na avaliação do doente asmático. No decurso de um estudo prospectivo sobre o impacto da poluição do ar sobre a saúde da população na cidade de Viseu (Projecto Saud’AR), foram identificadas crianças com história clínica de sibilância, mediante a aplicação de questionários do International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISAAC). As crianças foram submetidas posteriormente a um questionário padronizado, testes cutâneos prick para aeroalergénios, espirometria com prova de broncodilatação e medição de FENO. A idade média era de 7,8±1,1 anos. Comparando os doentes com queixas de sibilância e/ou dispneia nos 6 meses anteriores à avaliação (n=27) com os que não apresentaram estes sintomas, observaram-se diferenças estatisticamente significativas para o ÄFEV1 (mediana: 4,5% vs 8%, p=0,0399) e para o FENO (mediana: 12 ppb vs 23 ppb, p=0,0195, respectivamente). Se olharmos para as crianças que recorreram a broncodilatador nos seis meses anteriores à avaliação (n=19) e as compararmos com as que não necessitaram, encontramos diferenças para o FENO: mediana de 27 ppb versus mediana de 11 ppb, respectivamente; pThe body of published work on the role of exhaled nitric oxide (FENO) in the study of bronchial inflammation allows it to be classed as a simple, non-invasive measurement that is very useful in evaluating asthmatic patients. During a prospective study into the effects of air pollution on the health of the population of Viseu (Saud'AR Project), children with a clinical history of wheezing were identified through using the International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISAAC) questionnaire. Children later filled in a new standardised questionnaire and underwent skin-prick-tests, spirometry and FENO measurement. Their mean age was 7.8±1.1 years. Comparing those who wheezed in the 6 months before evaluation (n=27) with those who didn’t, statistical differences for ÄFEV1 (8% median versus 4.5%, p=0.0399) and for FENO (23 ppb median versus 12 ppb, p=0.0195, respectively) were observed. Concerning children who needed a bronchodilator in the six previous months (n=19) and those who didn’t, there was also a statistically significant difference in FENO: 27 ppb median versus 11 ppb median, respectively; p<0.0001. When comparing children who needed an unscheduled medical appointment in the six months previous to the evaluation (n=9) and those who didn’t, there was also significant differences for FENO: 28 ppb median versus 13 ppb median, p=0.0029. In conclusion, the existence of symptoms seems to be better related to FENO than spirometry.