Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

PERFIL DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS DE UM HOSPITAL DE ENSINO

  • GDS Paula,
  • SFS Viana,
  • BVO Medeiros,
  • IDNT Silveira,
  • MA Mota

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S871 – S872

Abstract

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Introdução: A transfusão de hemocomponentes é um procedimento complexo, que está associado a um risco de complicações. Objetivo: Caracterizar o perfil das reações transfusionais imediatas notificadas em um hospital público de ensino, no período de janeiro de 2021 a julho de 2023. Materiais e métodos: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo, em um hospital público de ensino de Minas Gerais, a partir da análise estatística de informações coletadas em ficha de notificação de eventos adversos transfusionais e sistema informatizado de notificação. Os dados foram planilhados em programa Microsoft Excel 2016 para análise das frequências. As variáveis analisadas foram: tipo de reação, gravidade, hemocomponente e gênero do receptor. Resultados: No período avaliado foram realizadas 4.964 transfusões e foram identificadas 26 notificações de reações transfusionais (0,52%), destas, 17 (65%) representaram reação febril não hemolítica (RFNH), 6 (23%) reação alérgica (AL), 2 (8%) reação hipotensiva associada à transfusão e 1 (4%) sobrecarga circulatória associada à transfusão. Com relação a gravidade, todas as reações foram consideradas leves. Quanto ao hemocomponente envolvido na reação, 15 (57%) foram concentrados de hemácias e 9 (34%) foram concentrados de plaquetas. O gênero mais prevalente foi o feminino 14 (53%) Discussão: A reação transfusional imediata mais prevalente durante o período analisado foi a reação febril não hemolítica, corroborando com demais estudos que sugerem que a RFNH é a mais comum no Brasil, visto que a prática da leucorredução não é considerada como rotina universal, ao contrário dos países desenvolvidos. O concentrado de hemácias foi o hemocomponente mais associado a reações, supostamente por sua ampla utilização. O estudo também evidenciou que as reações têm pequena predominância no sexo feminino, corroborando com dados da ANVISA. Conclusão: O conhecimento sobre o perfil das reações transfusionais subsidiam a elaboração de protocolos instituicionais com o intuito de capacitar os profissionais envolvidos com a terapia transfusional. O domínio do aprendizado permite a identificação precoce de um evento adverso e a rápida tomada de decisão com vistas a minimizar potenciais danos aos pacientes.