Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

EXPERIÊNCIA DO ENSINO DA HEMOTERAPIA NO INTERNATO MÉDICO – RELATO DE CASO

  • DGB Araújo,
  • MB Araújo,
  • MB Araújo,
  • MB Araújo,
  • HNL Chung

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S390 – S391

Abstract

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Objetivo: Introduzir conhecimento sobre a hemoterapia, para acadêmicos de medicina durante o internato médico, oportunizando o contato com as portarias que tratam do ciclo do sangue dentro do ambiente de uma unidade hemoterápica hospitalar. Material e métodos: Estudo qualitativo baseado na utilização de técnicas de ensino como sala de aula invertida, utilizando-se a leitura antecipada das Portarias 158 de 04 de Fevereiro de 2016 e a Portaria de Consolidação de n°5, de 28 de setembro de 2017 para o aprendizado de alunos do internato médico se familiarizarem com as boas práticas transfusionais e o uso racional do sangue. Os alunos são estimulados a pesquisarem nas portarias citadas, respostas às questões comuns da prática clínica, envolvendo a doação de sangue, contraindicações transitórias e permanentes, exames sorológicos e pré-transfusionais, indicações e técnicas utilizadas no preparo das bolsas a serem transfundidas em uma agência transfusional. Simulando situações corriqueiras da prática médica em um hospital pediátrico de alta complexidade em Joinville, Santa Catarina. Resultados e discussão: A medicina transfusional é uma ciência que tem se expandido acompanhada da modernização em recursos terapêuticos nos países desenvolvidos. Entretanto, observa-se na mesma proporção um aumento da quantidade de transfusões, ao passo que há um déficit significativo de doadores e uma lacuna importante no que diz respeito ao ensino da hemoterapia nas grades curriculares nos diversos cursos da área da saúde incluindo a medicina, refletindo-se nos diversos programas de residência médica. No Brasil, diversos estudos denotam a falta de conhecimento na indicação dos hemocomponentes, sobre o ciclo do sangue e a legislação específica, não se observam questões relacionadas à segurança do paciente. Silva et al. (2009) observaram que apenas 33% da equipe médica de seu serviço informaram ter adquirido conhecimento em hemoterapia em aulas teóricas. Fato observado também por diversos autores em países europeus. Atualmente, a formação médica tem enfrentado desafios para caminhar pelas premissas preconizadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de medicina, que orienta a formação de médicos para contemplar as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), e áreas importantes, como a hemoterapia tem ficado deficitárias na graduação. O aprendizado por meio da educação informal, muitas vezes, facilitado pela internet, pode ser adquirido em diversos locais como no ambiente de trabalho e até mesmo em atividades de lazer e faz com que obtenhamos informações que são considerados como conhecimento útil até mesmo para nossas aprendizagens futuras e o ambiente educacional e cultural está disponível dessa forma em todo lugar e com custos muito reduzidos ou disponibilizados gratuitamente. Conclusão: Observou-se que a hemoterapia pode ser apresentada em etapas precoces da formação médica utilizando-se o internato médico como cenário de prática com bons resultados.