Revista DAE (Dec 1983)
Desenvolvimento de caramujos planorbídeos em lagoas de estabilização de esgotos
Abstract
Lagoas de Estabilização constituem métodos econômicos muito aplicáveis às condições climáticas e socioeconômicas do interior de São Paulo. Entretanto, desde o início de seu emprego na região, há 20 anos, despertou-se uma preocupação muito grande com a possibilidade de as mesmas serem povoadas por moluscos do gênero Biomphalaria, transmissores da esquistossomose mansônica, o que tornaria o método totalmente incompatível com a saúde pública em regiões endêmicas dessa enfermidade. Desde as primeiras experiências com lagoas de estabilização no Vale do Paraíba (estado de São Paulo) verificou-se porém, que os moluscos planorbídeos, embora tenham um rápido desenvolvimento nos estágios iniciais de funcionamento da lagoa, desaparecem das mesmas, entretanto, após poucos meses. A hipótese que foi pesquisada, como explicativa do fenômeno, é baseada no fato de os moluscos recém-nascidos migrarem obrigatoriamente para o fundo, onde passam por um estágio tipicamente bentônico em que se alimentam de fungos. Quando o fundo da lagoa é ocupado, porém, por uma camada de lodo em decomposição anaeróbia, os planorbídeos jovens não conseguem sobreviver, por falta de oxigênio.