Manuscrítica (Mar 2013)

O Ideograma como um Modelo de Ler e Ver Poesia

  • Thiago de Melo Barbosa

Journal volume & issue
no. 23

Abstract

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Os ideogramas chineses associados à poesia chegaram ao Brasil por volta dos anos de 1950 quando os poetas concretos começaram a propalar as ideias do poeta e crítico norte-americano Ezra Pound, o qual, por sua vez, foi o principal divulgador dos estudos do filósofo e orientalista norte-americano Ernest Francisco Fenollosa (1853-1908) sobre os caracteres chineses e a poesia, sintetizados no célebre ensaio The chinesewrittencharacter as a medium for poetry (Os caracteres da escrita chinesa como instrumento para a poesia). Nesse, Fenollosa elucida de que maneira a milenar escrita chinesa pode auxiliar na construção poética, principalmente por causa do seu caráter intrinsecamente metafórico e do seu poder de condensação do pensamento em signos “vivos”: a escrita chinesa, diferente das escritas alfabéticas, aproxima-se do objeto representado. Embasado nessa questão, o presente artigo foi pensado e construído, objetivando discutir as teorias de Fenollosa, Pound e dos Concretistas, chamando atenção para este interessante e pouco explorado método de leitura de poesia e, também, de técnica poética.

Keywords