Revista de Estudos da Linguagem (Mar 2018)

Duração de sílabas em fronteira de frase fonológica na produção de sentenças sintaticamente ambíguas do português brasileiro

  • Melanie Campilongo Angelo,
  • Raquel Santana Santos

DOI
https://doi.org/10.17851/2237-2083.26.2.633-666
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 2
pp. 633 – 666

Abstract

Read online

Resumo: Este artigo investiga a duração de sílabas na produção de sentenças ambíguas do tipo SN1-V-SN2-Atributo no português brasileiro, tais como ‘O pai visitou o filho feliz’. Fonologicamente, as diferentes leituras são explicadas pelo fato de o atributo poder ou não se juntar ao SN2 na construção do domínio da frase fonológica (NESPOR; VOGEL, 1996). Angelo e Santos (2015) testaram essas sentenças e encontraram apenas um direcionamento de comportamento, mas não uma diferença significativa nos resultados a depender da duração. No entanto, a quantidade de dados e seu balanceamento afetavam os resultados. Aqui, aplicamos o experimento a mais informantes e balanceamos as estruturas para fins de comparação. Os resultados encontrados revelaram diferenças significativas observando o tipo de estrutura – os falantes alongaram as sentenças com interpretação não local. Os resultados chamam a atenção ainda para dois tipos de estruturas que podem interferir no processo de alongamento, impedindo-o: sentenças em que o atributo é formado por adjetivos deverbais e sentenças que possibilitam construções de small clause. Palavras-chave: aposição local; aposição não local; fronteira prosódica; adjetivos deverbais. Abstract: This article discusses the production of syllable duration in Brazilian Portuguese as a prosodic cue in ambiguous sentences with a NP1-V-NP2-attribute structure (e.g. ‘The father visited his son happy’). Phonologically, the two different interpretations can be explained by the fact that attributes may or may not join NP2 in the construction of the phonological phrase domain (NESPOR; VOGEL, 1996). Angelo and Santos (2015) tested these sentences and found only a bias toward a lengthening when the interpretation is non-local (the father is happy). However, their study lacks a reasonable quantity of data and balance of structures. Here, we rerun the experiment controlling the mentioned problems. Overall results showed significant differences for type of syntactic structure - speakers produced high attachment sentences longer than low attachment ones. The findings signal also to two kinds of structures that may interfere in the process, blocking the lengthening: sentences which the attribute is formed by a non-verbal adjective and sentences which allow small clause constructions. Keywords: low Attachment; high attachment; prosodic boundary; deverbal adjective.

Keywords