Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA DE AMOSTRAS POSITIVAS PARA MICOBACTERIUM TUBERCULOSIS AOS FÁRMACOS DE 1ª LINHA PROCESSADAS NO LABORATÓRIO CENTRAL DO ESTADO DO PARÁ EM 2021 E 2022
Abstract
Introdução/objetivo: A tuberculose (TB), ainda se apresenta como um grande problema de saúde pública no Brasil, pode ser causada por qualquer uma das sete espécies do complexo Mycobacterium tuberculosis (CMTB). Os pacientes com baciloscopia de escarro positiva infectam em média de 10 a 15 pessoas por ano. Por esta razão é de grande importância a identificação precoce das fontes de infecção da doença, prevenindo assim a ocorrência de novos casos. Dessa forma, objetivamos avaliar o perfil de resistência dos pacientes atendidos no Estado do Pará aos fármacos de 1ª linha utilizados no esquema básico do tratamento de tuberculose nos anos de 2021 e 2022. Métodos: Realizou-se um levantamento dos resultados de teste de sensibilidade (TS) aos fármacos: estreptomicina, isoniazida, rifampicina e etambutol (SIRE), através do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) de amostras positivas para TB, processadas no LACEN-Pará, oriundas de diversos munícipios do Estado. Os TS foram realizados através dos métodos de proporções e automação (MGIT). Resultados: Durante o ano de 2021, foram realizadas 1.211 culturas para o diagnóstico da TB, das quais 479 (37,5%) foram positivas e 732 (60,44%) foram negativas e das 479 amostras positivas, 150 (31,31%) apresentaram resistência a algum fármaco. Em 2022 foram processadas 1.241 culturas, das quais 676 (54,48%) foram positivas para TB e 565 (45,52%) negativas e das 676 amostras positivas, 266 (39,34%) apresentaram alguma resistência. Observou-se entre os anos, um aumento do número de pacientes com TB multirresistente (TB MDR), quando há resistência à rifampicina e isoniazida, 31 (12%) pacientes em 2022 e 10 pacientes (7%) em 2021, bem como um aumento da polirresistência, resistência a dois ou mais fármacos antituberculose (antiTB) exceto à associação rifampicina e isoniazida, sendo 19 (13%) e 41 (15,4%) amostras resistentes a pelo menos três fármacos em 2021 e 2022 respectivamente. Conclusão: Observou-se em 2022 um aumento no número de resistência aos fármacos em relação ao ano anterior. Diante desse cenário, é imprescindível o desenvolvimento de medidas de monitoramento e controle das resistências; o LACEN-PA, vem implantando novas técnicas como o ensaio de sondas em linha para a detecção de tuberculose resistente a fármacos (LPA) de 1ª e 2ª linha utilizados no tratamento da TB, otimizando e ampliando a oferta de exames, contribuindo para o cuidado e na conduta terapêutica à pessoa com tuberculose.