Medicina (Feb 2015)
Atuação da comissão de farmácia e terapêutica em um hospital de ensino
Abstract
As atividades hospitalares caracterizam-se por um acentuado dinamismo em consequência do surgimento de novas tecnologias em saúde, tais como medicamentos. Uma unidade hospitalar, devido suas características de ensino, pesquisa e atendimentos de alta complexidade, possui maior concentração de diferentes tipos de tecnologias em saúde. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –USP (HCFMRP-USP) é uma instituição hospitalar, de qualidade comprovada, inserido no SUS como referência terciária/quaternária e que conta com a Divisão de Assistência Farmacêutica (DAF) para desenvolvimento das ações de atenção a saúde. A DAF para auxílio da gestão de recursos, seleção e padronização de medicamentos adotou como estratégia a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). A CFT é uma instância colegiada, de caráter consultivo e deliberativo, estabelecida pela Organização Mundial de Saúde como ferramenta de estratégia para monitorar e promover a qualidade no uso do medicamento, porém estudos que sobre a atuação das CFTs no Brasil são incipientes. Desta forma, este estudo pretende apresentar a CFT do HCFMRP-USP. Objetivos: apresentar a composição, atribuições e metodologia de trabalho da CFT, bem como desenvolver uma análise crítica de seu atual funcionamento. Metodologia: Foi realizado estudo descritivo e exploratório com o objetivo de descrever o atual funcionamento da CFT do HCFMRP-USP. Foram buscadas portarias, regulamentações internas e foi realizada revisão bibliográfica sobre a CFT. Para Análise crítica do atual funcionamento, foi selecionado dentre os itens padronizados pela comissão aquele que se enquadrasse como pertencente a classificação A e V, após o cruzamento das curvas ABC e VEN, cujo item selecionado foi o medicamento Sevoflurano. Resultados: A CFT foi instituída no ano de 2010 em substituição a extinta comissão de padronização. Desde então, a CFT analisou 134 solicitações e destas 41 foram padronizadas. O medicamento sevoflurano foi incorporado no HCFMRP-USP em 2010 e, a partir deste ano, observa-se um aumento gradativo do consumo do mesmo. Entretanto, após análise das prescrições do referido medicamento no ano de 2012, foi observado que a dispensação do sevoflurano não segue as especificações do perfil de pacientes conforme estabelecido no protocolo instituído no momento da padronização. Conclusões: Portanto, concluímos que a implantação da CFT foi uma estratégia que proporcionou a padronização racional. Entretanto, observa-se que não há controle da dispensação e utilização do medicamento de acordo com o protocolo estabelecido no momento da padronização. Salientamos que o controle do uso do Sevoflurano não é atribuição da CFT devendo esta atribuição ser delegada à área técnica responsável.
Keywords