Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM SÍNDROME PÓS-COVID-19 ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA EM BELÉM-PA

  • Kárila Larissa Pereira de Oliveira,
  • Jairisson Augusto Santa Brigida Vasconcelos,
  • Luana Wanessa Cruz Almeida,
  • Evelen da Cruz Coelho,
  • Pamela de Oliveira Batista,
  • Rosana Maria Feio Libonati Bebiano,
  • Regiane Miranda Arnund Sampaio,
  • Nagib Ponteira Abdon,
  • Pedro Paulo Moraes da Cãmara,
  • Hellen Thais Fuzii,
  • Luisa Caricio Martins

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 102892

Abstract

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Introdução/Objetivo: Pesquisas relacionadas às condições clínicas pós-COVID-19 vem sendo realizadas para avaliar o impacto da infecção pelo SARS-CoV-2, após a fase ativa da doença. A associação complexa de sintomas cognitivos, psicológicos e motores, cujos sintomas e anormalidades persistem além de 12 semanas do início da infecção aguda, foi denominado de Síndrome Pós-COVID-19, podendo interferir diretamente na qualidade de vida e funcionalidade desses indivíduos. O objetivo desse estudo é avaliar a qualidade de vida em pacientes com Síndrome Pós-COVID-19 na região metropolitana de Belém. Métodos: Estudo realizado em pacientes com Síndrome Pós-COVID-19, residentes na região metropolitana de Belém, atendidos no Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, no período de fevereiro de 2022 a junho de 2023. Todos os participantes responderam a dois questionários internacionais relacionados à qualidade de vida e validados para o Brasil. Primeiramente responderam ao questionário Europeu de Qualidade de Vida, em cinco dimensões e cinco níveis (EQ5D5L) e posteriormente a Escala de Dispnéia-Medical Research Council-Modificada (MRC). Todos os dados foram tabulados e analisados com o Microsoft Excel 2019. Resultados: Foram avaliados 111 pacientes, sendo 80,18% do sexo feminino, 88,9% tinham mais de 45 anos. O EQ 5D-5L evidenciou melhor qualidade de vida nas dimensões cuidados pessoais (82,8%) e mobilidade (64,9%), em contrapartida, os piores índices foram identificados em dor/mal-estar e ansiedade/depressão. Apresentaram limitações leves (17,11%), moderadas (28,82%) e graves (8,1%) para realização de atividades habituais. Em relação a MRC, 49 pacientes apresentaram dispneia grau 1, 14 com grau 2 e 8 indivíduos com grau 3. Entre os sintomas clínicos relatados, dores articulares foi o mais prevalente (26,12%), seguido de ansiedade (18,9%), perda de memória (17,11%), queda de cabelo (14,41%) e dispneia (12,6%). Conclusão: Notou-se um agravamento da qualidade de vida, evidenciando maior vulnerabilidade a quadros de dor/mal-estar, ansiedade/depressão e dispneia grave. O que pode dificultar a realização das atividades diárias, desempenho profissional e interações sociais. Esses achados corroboram para futuras melhorias na cobertura e assistência a esses pacientes, que através de acompanhamento multidisciplinar e tratamentos adequados poderão retornar as suas atividades funcionais diárias.

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