Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

EXPRESSÃO DE QUIMIOCINAS E PERFIL DE IMUNOGLOBULINAS NA COVID-19: AVALIAÇÃO EM INDIVÍDUOS CONVALESCENTES VERSUS VACINADOS

  • LG Chimeno,
  • AMM Braz,
  • PVO Falbo,
  • BF Pegatin,
  • FR Rocha,
  • J Olbrich-Neto,
  • E Deffune,
  • MA Golim

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1233

Abstract

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Objetivo: Este estudo teve por objetivo comparar o perfil de expressão de quimiocinas e anticorpos (IgG) específicos ao SARS-CoV-2 em indivíduos convalescentes e/ou vacinados para COVID-19. Material e métodos: Os participantes foram distribuídos em grupos: G0 – n = 15 (controle - naive para SARS-CoV-2; não vacinados), G1 – n = 14 (naive para SARS-CoV-2; vacinados), G2 – n = 6 (convalescentes; não vacinados) e G3 – n = 15 (convalescentes; vacinados), totalizando 50 indivíduos. Foram avaliadas IL-8, RANTES, MIG, MPC-1, IP-10, concentrações de IgG contra SARS-CoV-2 (anti-nucleocapsídeo, anti-spike-S1 e anti-RBD) e a capacidade de inibição dos anticorpos neutralizantes (NAbs). Resultados: Observou-se maiores níveis de anti-spike S1 e anti-RBD (mediana = 100.153 pg/mL e 41.253 pg/mL, respectivamente), bem como maior taxa de neutralização (mediana = 98%) em G3 (convalescentes/vacinados) quando comparado com os demais grupos. Quanto às quimiocinas, os grupos G1 e G3 apresentaram menores níveis, estando inversamente correlacionados aos níveis de NAbs em G3. Em contrapartida, G2 apresentou níveis plasmáticos mais elevados de IP-10, IL-8 e anti-nucleocapsídeo, fatores que podem ser deletérios ao receptor de plasma. Discussão: Até junho de 2024 a doença do coronavírus 2019 (COVID-19) acometeu cerca de 775 milhões de pessoas. Múltiplos fatores influenciam a evolução da COVID-19, incluindo alterações imunológicas (imunidade celular, humoral, perfis de citocinas/quimiocinas), podendo estas contribuir na progressão para hiperinflamação sistêmica. A fim de mitigar a ação deste fenômeno inflamatório e a evolução da infecção viral, a terapia com plasma convalescente (TPC) foi uma alternativa considerada, podendo fornecer imunização passiva a indivíduos infectados, visando neutralizar o patógeno e amenizar efeitos da resposta inflamatória grave. Os resultados apontam para o potencial do plasma de indivíduos vacinados, independente de terem tido COVID-19, dado o conjunto de características que podem favorecer imunidade passiva, mediante as concentrações de IgGs específicas ao SARS-CoV-2 com maior capacidade de neutralização viral. Conclusão: Desta forma, os plasmas dos grupos G3 e G1, respectivamente, parecem agregar as características mais seguras e eficazes para TPC, de modo mais eficiente do que o plasma oriundo de indivíduos não vacinados e recuperados da COVID-19. Estas informações podem ser úteis ao enfrentamento de novas epidemias com vírus emergentes e reemergentes, considerando os desafios vivenciados com pela saúde pública na pandemia da COVID-19.