Bioscience Journal (Apr 2009)
Epidemiologia das agressões atendidas pelo hospital de clínicas de Uberlândia e dos homicídios ocorridos no município de 2000 a 2004
Abstract
Analisaram-se dados referentes às vítimas de homicídios ocorridos no município e de agressões atendidas no Hospital de Clínicas de Uberlândia entre 2000 e 2004. Ambos apresentaram tendência de crescimento, com acréscimo de quase 100% no número de homicídios. A maioria das vítimas era do sexo masculino (324 homicídios; 90,0% e 2.802 agressões; 80,0%) e das faixas de 20 a 29 anos (143 homicídios; 39,7% e 1325 agressões; 38,3%) e 30 a 39 anos (87 homicídios; 24,2 % e 765 agressões; 21,3%). Predominou o uso da arma de fogo (235 casos; 65,4%), e de arma branca (92 casos; 25,5%) nos homicídios e este padrão se inverteu ao se analisar as agressões, com 39% dos atendimentos devido a lesões por arma branca (1359 casos) e 28,1 % por arma de fogo (978 casos). As agressões ocorreram principalmente aos sábados (608 casos; 17,5%) e domingos (804 casos; 23,1%). e em relação aos meses do ano distribuíram-se homogeneamente. As vítimas de homicídios residiam predominantemente nos bairros: Dona Zulmira (54,9 homicídios/ 100.000 habitantes), Morumbi (37,9), Luizote de Freitas (32,2), Jardim Canaã (27,7) e Umuarama (24,9) e nos Distritos Oeste (16,3) e Leste (15,9). As vítimas de agressão residiam nos bairros: Umuarama (499,1/100.000), Martins (206,2), Morumbi (194,9) e Custódio Pereira (170,2) e nos Distritos Central (173,5) e Leste (121,2). Faz-se necessário o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção da violência em Uberlândia, que atuem principalmente nos bairros onde é maior a sua incidência.