Arquivos Brasileiros de Cardiologia (May 2006)
Ablação por cateter com radiofreqüência de vias acessórias esquerdas por abordagem transeptal Radiofrequency catheter ablation of left accessory pathways by transeptal approach
Abstract
OBJETIVO: Estudar uma série de pacientes submetidos a ablação por cateter, com radiofreqüência (RF) de vias acessórias (VA) esquerdas mediante abordagem transeptal (TS), comparando-os aos pacientes submetidos ao mesmo tipo de procedimento por abordagem arterial retrógrada (AR) convencional. MÉTODOS: Cem pacientes consecutivos (56 masculinos; 34,3 ± 11 anos de idade), portadores de 100 VA esquerdas (62 manifestas e 38 ocultas) foram submetidos a ablação por cateter por via TS (50 pacientes) e por via AR (50 pacientes), de forma alternada. A análise foi baseada na intenção de tratar. RESULTADOS: A punção transeptal foi realizada com sucesso em 48 (96%) pacientes. Por esse acesso foi obtido sucesso primário na ablação em todos os pacientes e nenhuma complicação foi observada. Ao compararmos com o grupo AR não verificamos diferença em relação ao sucesso primário (p = 0,2), taxa de recorrências (p = 1,0), tempos de fluoroscopia (p = 0,63) e total (p = 0,47). No grupo AR um paciente apresentou complicação vascular. A abordagem TS proporcionou um menor tempo de ablação (p = 0,01) e número de aplicações de RF (p = 0,003) em relação à abordagem AR convencional. As recorrências e insucessos da primeira sessão de cada grupo foram submetidos a novo procedimento pela técnica oposta (cross-over), obtendo-se assim um sucesso final na ablação de 100%. CONCLUSÃO: As abordagens TS e AR apresentam eficácia e segurança semelhantes para ablação de vias acessórias esquerdas. O tempo de ablação e o número de aplicações de RF foram menores com a abordagem TS. Quando as técnicas foram utilizadas de forma complementar, aumentaram a eficácia final da ablação.OBJECTIVE: To study a series of patients submitted to radiofrequency catheter ablation (RFA) of left accessory pathways (AP) using the transeptal approach (TSA) as compared to the conventional retrograde arterial approach (RAA). METHODS: One hundred consecutive patients (56 male; mean age of 34.3 ± 11 years) with 100 left APs (62 overt and 38 concealed) underwent catheter ablation using the TS method (50 patients) and the RA method (50 patients) in an alternate fashion. The analysis was performed according to the intention-to-treat principle. RESULTS: The transeptal puncture was successfully performed in 48 patients (96%). This access allowed primary success in the ablation in all the patients without any complication. When we compared this approach with the RAA there was no difference as regards the primary success (p = 0.2), recurrence rate (p = 1.0), fluoroscopy time (p = 0.63) and total time (p = 0.47). One patient in the RAA group presented a vascular complication. The TSA allowed shorter ablation times (p=0.01) and smaller number of radiofrequency applications (p = 0.003) as compared to the conventional RAA. The patients who had recurrence and unsuccessful ablation in the first session in each approach underwent another session with the opposite technique (cross-over), with a final ablation success rate of 100%. CONCLUSION: The TS and RA approaches showed similar efficacy and safety for the ablation of left accessory pathways. The TSA allowed shorter ablation times and smaller number of radiofrequency applications. When the techniques were used in a complementary fashion, they increased the final efficacy of the ablation.
Keywords