Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR ANEMIA FERROPRIVA E OUTRAS ANEMIAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS DE 1 A 9 ANOS DE IDADE: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÚLTIMOS 5 ANOS
Abstract
Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde, anemia é o resultado de um baixo teor de hemoglobina no sangue, por causas diversas. O tipo majoritário é a anemia ferropriva, devido a carência nutricional de ferro, de alta prevalência em crianças de 1 a 9 anos no Brasil. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo estabelecer um panorama epidemiológico a respeito dos casos de internação hospitalar de pacientes entre 1 e 9 anos de idade, por anemia ferropriva e outras anemias, nos últimos 5 anos, no Brasil. Métodos: Foram utilizados dados de internações hospitalares por anemias em crianças de 1 a 9 anos entre 2019 a 2024 por região brasileira, retirados do DATASUS, analisados e representados em gráficos, gerando a estatística apresentada. A revisão bibliográfica incluiu pesquisas do PUBMED e SCIELO utilizando os booleanos “Anemia, Iron-Deficiency” AND “Children”AND “Brazil”e “Anemia Ferropriva”AND “Criança”, selecionando quatro artigos publicados entre 2019 e 2024. Resultados: Os resultados encontrados foi de que na soma absoluta dos casos no período analisado houve 39.738 internações por Anemias no Brasil em pacientes de 1 a 9 anos, destes, 42,9% pertencem à região sudeste, sendo a região com maior ocorrência destas internações. Dentro do período avaliado houve queda destas internações entre 2019 e 2020 (11,3%) e aumento de 8,1% dos registros entre 2021 e 2023. Os casos de internação por anemia ferropriva representam 6,6% do total das internações, sendo a região sudeste mais prevalente com 32,2% dos casos, seguida pela região nordeste com 28,2% dos casos. A pesquisa feita contabilizou o ano de 2024 até o mês de maio impedindo um panorama geral deste ano. Discussão: A anemia ferropriva, em relação às demais anemias notificadas, foi a menor causa de internação no período de 2019 a 2024 em todo o Brasil e foi mais prevalente na região com mais notificação das outras anemias, região sudeste. Em relação a cada ano no período analisado, foram detectados mais casos de internações por anemias em 2023 e menos casos em 2020, sendo possivelmente correlacionado com subnotificação durante a pandemia pela SARS-COV-2. Tendo em vista as diferenças regionais analisadas sugere-se a necessidade de investigações adicionais sobre fatores genéticos e ambientais específicos dessas áreas que justifiquem a alta prevalência de internações por outras anemias. Conclusão: É possível concluir que houve aumento contínuo de casos de internação por anemias durante o período analisado, com exceção de 2020, os casos de internações foram mais prevalentes na região Sudeste em todas as anemias estudadas, e é importante a aquisição de dados socioeconômicos dos acompanhantes ou responsáveis destes pacientes, bem como forma de consultá-los, para estabelecimento de perfil epidemiológico mais amplo.