Brazilian Journal of Transplantation (Jan 2017)

DESFECHOS DE TRANSPLANTES RENAIS COM RINS PAREADOS

  • Ana Carine Goersch Silva,
  • Clarissa Ferreira Lobo,
  • Gilberto Loiola de Alencar Dantas,
  • Rita Mônica Borges Studart,
  • Juliana Gomes Ramalho de Oliveira,
  • Celi Melo Girão,
  • Tainá Veras de Sandes-Freitas,
  • Ronaldo de Matos Esmeraldo

DOI
https://doi.org/10.53855/bjt.v20i1.75
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 1

Abstract

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Objetivo: Avaliar os desfechos do transplante renal (TxR) em receptores de rins pareados e analisar os fatores de risco para desfechos inferiores. Métodos: Estudo retrospectivo de centro único incluindo todos os TxR com doador falecido realizados em 2014 em que ambos os rins foram transplantados em receptores do nosso centro. Os pacientes foram divididos em receptores do rim direito ou esquerdo. Foram avaliados os seguintes desfechos: função tardia do enxerto (FTE) rejeição aguda, perda, óbito, taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) e incidência do desfecho composto de perda, óbito ou TFG<50mL/min em dois anos. A análise de risco foi feita através de regressão logística binária. Resultados: Os doadores eram predominantemente jovens (29+14 anos), homens (71%), que faleceram por trauma craniano (70%). Apenas dois doadores (6%) eram de critério expandido. Os receptores foram similares quanto à demografia: homens (77 vs. 57%, p=0,126), jovens (35+20 vs. 37+17 anos, p=0,668), com doença renal crônica de etiologia indeterminada (31 vs. 40%, p=0,179), estando em média 31+37 meses em diálise (27+25 vs. 36+47 meses, p=0,311), 7% eram retransplantes (9 vs. 5%, p=0,309) e as médias de PRA de classe I e II foram 6 20% (9+23 vs. 10+19%, p=0,907) e 9+20% (9+25 vs. 5+15%, p=0,476), respectivamente. O tempo médio de isquemia fria foi de 25+9h (24+9 vs. 27+9h, p=0,269) e 66% (66 vs. 66%, p=1,000) foram perfundidos em máquina de perfusão pulsátil. Todos foram induzidos com globulina anti-timócito, 52% (54 vs. 49%, p=0,808) receberam tacrolimo e everolimo como regime imunossupressor inicial e 62% (69 vs. 54%, p=0,319) n o receberam corticoide. Não houve diferença entre os grupos quanto à incidência de FTE (20 vs. 32%, p=0,282), rejeição aguda (0 vs. 11%, p=0,054), perda (0 vs. 6%, p=0,493), óbito (6 vs. 6%, p=1,000), TFGe (71+28 vs. 72+37 mL/min, p=0,877) ou quanto à incidência do desfecho composto de perda, óbito ou TFGe<50mL/min em 2 anos (29 vs. 23%, p=0,785). Em análise multivariada, o único fator de risco para o desfecho composto foi FTE (OR 4,120, IC 95% 1,194-14,271, p=0,025). Conclusão: Nesta coorte de TxR com rins pareados, FTE foi o único fator de risco para desfechos inferiores.

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