Revista Contexto & Saúde (Jun 2024)

O treinamento funcional pode influenciar nos aspectos físicos de pessoas com parkinson? Um ensaio clínico randomizado controlado

  • Alicia Garcia Lima,
  • Jéssica Amaro Moratelli ,
  • Ketllyn Hames Alexandre ,
  • Adriana Coutinho de Azevedo Guimarães

DOI
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2024.48.14712
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 48

Abstract

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Introdução: O exercício físico é considerado uma forma de tratamento complementar ao medicamentoso, comprovado na literatura principalmente na melhora de alguns sintomas motores. Objetivo: Analisar o efeito de uma intervenção de treinamento funcional sobre o escore da Escala Unificada da Doença de Parkinson III, equilíbrio, flexibilidade, força de membros inferiores e superiores e mobilidade funcional em pessoas com doença de Parkinson. Métodos: O estudo incluiu um grupo de intervenção de treino funcional (n=12) e um grupo de controlo (n=12), totalizando 24 participantes de ambos os sexos (64,08 ± 10,1 anos). Foram recolhidas informações sobre as características pessoais e clínicas e aplicados os seguintes testes: Escala Unificada da Doença de Parkinson - parte III, teste de equilíbrio (MiniBESTest), flexibilidade dos membros inferiores (Sentar e Alcançar), amplitude de movimento dos ombros (Goniometria), força muscular dos membros inferiores (dinamómetro isocinético), força de preensão manual (Dinamometria) e mobilidade funcional (Timed Up & Go). Resultados: Após a intervenção verificaram-se melhorias significativas intragrupo no grupo de intervenção para as variáveis amplitude de movimento do ombro esquerdo em abdução (p= 0,014) e flexão (p= 0,018), flexibilidade dos membros inferiores direito e esquerdo (p=0,013; p=0,002), força de extensão da perna direita e esquerda (p=0,028; p=0,017) e força de flexão da perna direita e esquerda (p=0,006; p=0,002). Além disso, diferenças estatísticas intragrupo no agravamento do grupo de controle na Escala Unificada da Doença de Parkinson III (p=0,023), na amplitude de movimento do ombro direito em flexão (p=0,000) e na flexibilidade do membro inferior esquerdo (p=0,043). Nenhuma das variáveis demonstrou efeito intergrupo e as variáveis equilíbrio, mobilidade funcional e preensão manual não apresentaram efeitos significativos intragrupo. Conclusões: Um programa de treinamento funcional pode influenciar positivamente aspectos físicos relacionados à força, amplitude de movimento e flexibilidade, e mostrou-se um tratamento complementar seguro e viável para pessoas com doença de Parkinson.

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