Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

USO DE CATETER VENOSO CENTRAL NA UNIDADE DE INTERNAÇÃO DE HEMATOLOGIA: INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO

  • JM Moreno,
  • DPR Luz,
  • EAM Dantas,
  • JGS Gonçalves,
  • RFP Fracarolli,
  • ND Souza,
  • DMD Santos,
  • E Shimoyama

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S862 – S863

Abstract

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Objetivo: Avaliar a incidência de taxa de infecção relacionada ao cateter central (CVC) em uma unidade de internação hematológica. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo transversal com análise de dados da unidade de Internação de Hematologia do Hospital de Câncer de Barretos, no período de janeiro de 2020 à janeiro de 2023. Foram utilizadas análises em número absoluto e frequência. Resultados: O total de CVC utilizados no departamento foram de 1377 CVC/dia e total de CVC infectados durante o tempo de uso foi de 0%. Discussão: A utilização de CVC em setores de internações é frequente, pois é utilizado para infusões de medicações como: quimioterapias vesicantes de longo tempo de infusão, medicações vesicantes ou com alteração de ph, nutrição parenteral continua (NPC), transfusões e coletas de laboratoriais. A infecção de CVC é uma complicação bastante comum entre pacientes críticos, entre os quais se destacam pacientes imunossuprimidos com período de internação prolongada. Estima-se que no Brasil cerca de 40% dos pacientes apresentam algum tipo de infecção relacionado a cateter. Dentre as principais complicações referentes aos cateteres temos a infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter (ICSRC) e sepse. De acordo com a literatura os grandes centros relatam que a falta de treinamento impacta diretamente na baixa adesão da higienização das mãos, durabilidade do dispositivo, no alto índice de troca de curativos não programados e longo tempo de permanência sem necessidade. O departamento de Hematologia utiliza os seguintes dispositivos: PICC (peripherally inserted central venous catheter), Intracath, Port-a-cath e Shilley. Devido alguns casos nos anos anteriores e buscando minimizar as infecções relacionadas a cateter, adotamos medidas de controle rigoroso e por esse motivo seguimos há 3 anos sem infecção de CVC. Tal resultado se deve a uma equipe de enfermagem qualificada com treinamentos frequentes e com boas práticas, nas quais podemos destacar: higienização das mãos, orientação diária do familiar e paciente quanto aos cuidados, proteção do CVC com filme transparente para o banho, desinfecção diária do leito do paciente, desinfecção do conector valvulado com álcool 70%, troca a cada 7 dias ou quando necessária (por exemplo, após transfusão de hemocomponentes e NPC ou quando houver sujidade), preparo de medicação sem contaminação, flushing, curativo estéril e a vigilância diária do enfermeiro. Nos pacientes imunossuprimidos obrigatoriamente mantemos sistema fechado durante o período de internação, em alguns casos utilizamos banho de compressa com clorexidina. A média de uso do cateter no departamento é de 60% e entre os principais motivos de retirada podemos destacar: término de tratamento, trombose venosa profunda e alta hospitalar, nos casos de curta permanência. Conclusão: Em nossa unidade de internação não foi evidenciado infecção relacionada ao cateter no período avaliado. Deste modo, destacamos a importância do enfermeiro em realizar a vigilância diária e o cuidado conjunto do paciente e cuidadores para a manutenção do CVC em condições essenciais de uso.