Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (May 2011)
Fenótipo de subfertilidade, polimorfismos cromossômicos e falhas de concepção Subfertility phenotype, chromosome polymorphism and conception failures
Abstract
OBJETIVO: avaliar a prevalência de alterações citogenéticas e polimorfismos cromossômicos em casais com fenótipo de subfertilidade em uma população brasileira. MÉTODOS: foram avaliados 1.236 cariótipos de casais com fenótipo de subfertilidade de dois diferentes centros (público e privado). Esses pacientes foram classificados em dois subgrupos: um com duas ou mais perdas gestacionais, consecutivas ou não, e outro com, ao menos, uma perda gestacional ou ausência de concepção. Os cariótipos foram obtidos com bandamento convencional G e C. As anomalias citogenéticas foram agrupadas e as frequências calculadas segundo a classificação dos pacientes. Quando aplicável, os testes estatísticos de Fisher e análise de Odds Ratio foram empregados. RESULTADOS: aproximadamente 25% de todos os casos apresentaram cariótipo anormal, incluindo alterações numéricas e estruturais e também variantes polimórficas. Nos dois diferentes centros, a prevalência de variantes polimórficas diferiu, sendo de 8,9 e 3,8%, respectivamente. CONCLUSÃO: não houve diferença significativa entre a predominância de variantes polimórficas e outras alterações nos indivíduos com ou sem história de perda reprodutiva. Os resultados do presente estudo reforçam a necessidade da adequada divulgação da informação citogenética completa nos resultados de cariótipo, com atenção específica em relação às variantes polimórficas.PURPOSE: to evaluate the prevalence of cytogenetic alterations and chromosomic polymorphism in couples with a subfertility phenotype in a Brazilian population. METHODS: karyotype analysis through G and C banding of 1,236 individuals who presented the subfertility phenotype, from two different centers (public and private) were included in the study. These patients were classified in two sub-groups: one with two or more gestational consecutive losses or not and the o with, at least, one gestacional loss or absence of conception. Karyotype results were evaluated in different groups and frequencies were calculated. Statistical analyses were carried out through Fisher's exact test and Odds Ratio analysis. RESULTS: approximately 25% of the cases presented abnormal karyotype results, including numerical and structural alterations and also polymorphic variants. In both centers, the prevalence of polymorphic variants was 8.9 and 3.8%, respectively. CONCLUSIONS: there was no significant difference between the prevalence of polymorphic variants and other abnormalities in individuals with or without previous history of reproductive loss. The results of the present study reinforce the need of adequate disclosure of complete cytogenetic information in the karyotype results, with specific attention in relation to the polymorphic variants.
Keywords