Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (Jun 2012)
Retalho sural de fluxo reverso: 10 anos de experiência clínica e modificações Reverse-flow sural flap: 10 years of clinical experience and modifications
Abstract
INTRODUÇÃO: O retalho sural de fluxo reverso tem se destacado como importante opção para reconstrução da região distal de pernas e pés. Alguns erros, porém, são comuns na fase de aprendizagem de emprego desse retalho. O objetivo deste estudo é analisar 10 anos de experiência com o emprego do retalho, comparando os primeiros 5 anos aos 5 anos subsequentes, buscando identificar se as alterações técnicas introduzidas contribuíram para obtenção de melhores resultados. Este estudo busca, ainda, alertar para os principais cuidados que os cirurgiões que estão em fase de aprendizagem da técnica devem tomar. MÉTODO: Foram estudados os resultados obtidos em 61 retalhos surais de fluxo reverso realizados no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2011. Os pacientes foram alocados em dois grupos: grupo 1, constituído por pacientes operados de janeiro de 2002 a dezembro de 2006; e grupo 2, pacientes operados de janeiro de 2007 a dezembro de 2011. No grupo 2, foram realizadas alterações nos retalhos fasciocutâneos, como dissecção de uma borda fasciossubcutânea excedendo a porção cutânea do retalho e preservação de uma faixa de pele sobre o pedículo. RESULTADOS: No grupo 1, a incidência de necrose parcial foi de 18,5% e de necrose total, de 3,7%; no grupo 2, houve 8,8% de necrose parcial e nenhum caso de necrose total. CONCLUSÕES: O retalho sural de fluxo reverso é uma boa opção para o tratamento da região distal de pernas e pé. A experiência com a técnica e os cuidados implementados sugerem obtenção de melhores resultados.BACKGROUND: The reverse flow sural flap has been featured as a relevant option for reconstruction of the distal region of the legs and feet. However, some common mistakes are made while surgeons are learning how to employ this flap. The aim of this study was to analyze use of the flap by surgeons in with 10 years of experience by comparing the first 5 years to the last 5 years in order to identify technical alterations that contribute to better results. This study also aimed at alerting the surgeons in the learning phase regarding the most important details that should be addressed when using this technique. METHODS: We studied the results obtained for 61 reverse flow sural flaps used from January 2002 to December 2011. The patients were divided into 2 groups: group 1, patients that underwent surgery from January 2002 to December 2006 and group 2, patients that underwent surgery from January 2007 to December 2011. In group 2, we made changes to the fasciocutaneous flaps that included dissection of a fasciosubcutaneous margin exceeding the cutaneous portion of the flap and preservation of a lane of skin over the pedicle. RESULTS: In group 1, the incidences of partial necrosis and total necrosis were 18.5% and 3.7%, respectively, whereas group 2 had an 8.8% incidence of partial necrosis and no cases of total necrosis. CONCLUSIONS: The reverse flow sural flap is a good option for the treatment of the distal region of the legs and feet. Experience with this technique and the additional cautions described herein may contribute to even better results.
Keywords