Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Jun 2011)

O laboratório clínico livre de mercúrio The clinical laboratory free of mercury

  • Evelyn Rodrigues,
  • Lia Marques de Oliveira Lavorato,
  • Roberto Carlos Dionizio Novais,
  • Luciane Zgoda Bussmann,
  • Maria Elizabete Mendes,
  • Nairo Massakazu Sumita

DOI
https://doi.org/10.1590/S1676-24442011000300003
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 3
pp. 211 – 216

Abstract

Read online

INTRODUÇÃO: No último século, os níveis de mercúrio no meio ambiente triplicaram, aumentado o risco de contaminação do ser humano. No ambiente, o mercúrio contamina os lençóis freáticos, bem como rios e mares e entra na cadeia alimentar pela ingestão de peixes contaminados. No organismo, afeta o sistema nervoso central (SNC). A exposição aguda, por inalação de vapores de mercúrio, acarreta astenia, fadiga, anorexia, perda de peso e perturbações gastrointestinais. O diagnóstico da contaminação é realizado pela análise em amostras de cabelo/sangue. A substituição dos equipamentos contendo mercúrio utilizados em serviços de saúde é procedimento fundamental para a redução dos riscos ocupacionais e ambientais. OBJETIVO: Descrever o processo de implantação do programa de "Mercúrio Zero" na Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (DLC/HC-FMUSP). MÉTODOS: O projeto foi desenvolvido em um período de três anos (2008-2010). Na elaboração do projeto, foram definidos planos de ações, incluindo um programa de treinamento e capacitação de uma equipe de trabalho responsável pela execução do processo de substituição dos equipamentos e reagentes. RESULTADOS: Ao final do projeto de implantação, a DLC/HC-FMUSP foi laureada com uma menção honrosa pelo programa Mercúrio Zero do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por ter cumprido as exigências. CONCLUSÃO: Um ambiente laboratorial livre de mercúrio requer compromisso da alta direção e planejamento com ações consistentes, além de maturidade e conscientização de todos os colaboradores acerca do risco representado pelo mercúrioà saúde e ao meio ambiente.INTRODUCTION: Over the last century, mercury levels in the environment have tripled, increasing the risk of human contamination. Hence, it pollutes groundwater, rivers and seas, and it enters the food chain through the ingestion of contaminated fish. It affects the central nervous system and the inhalation of mercury vapors cause asthenia, fatigue, anorexia, weight loss and gastrointestinal disturbances. The contamination detection is carried out through hair and blood sample analysis. The replacement of mercury-containing equipment used in health services is crucial in order to reduce environmental and occupational hazards. OBJECTIVE: To describe the implementation of "Zero Mercury" program at the Central Laboratory Division of University of São Paulo Medical School Hospital - CLD/USP-MSH (Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo [DLC/HC-FMUSP]). METHODS: The project was developed within the period of three years (2008-2010). During its elaboration, the action plans were defined, including a training program for the team responsible for the implementation of equipment and reagent replacement. RESULTS: By the end of the project, CLD/USP-MSH received an honorable mention by the Brazilian Ministry of Labor and Employment for the fulfillment of "Mercury Zero" program requirements. CONCLUSION: A mercury-free laboratory environment requires managerial commitment, a consistent action plan and staff awareness of health and environmental risks.

Keywords