Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE TESTE DE SOLUBILIDADE/TESTE DA MANCHA E ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA NA TRIAGEM DE HEMOGLOBINA S EM DOADORES DE SANGUE

  • CS Ferreira,
  • AP Araújo,
  • GF Cirqueira,
  • AC Mendes,
  • DS Goulart,
  • LBA Lima

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S946 – S947

Abstract

Read online

Objetivo: Comparar o Teste de Solubilidade/Teste da Mancha com a Eletroforese de Hemoglobina na identificação de Hemoglobina S (Hb S) em doadores de sangue do HEMOGO. Material e métodos: As amostras testadas foram obtidas dos doadores de sangue no Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Prof. Nion Albernaz (HEMOGO), durante o período de 27/04/24 a 30/07/24. Estas foram submetidas à triagem para pesquisa de hemoglobina variante em sistema automatizado multiparâmetros (CAPILLARYS 2). As amostras identificadas com presença de hemoglobina variante, foram submetidas ao teste de solubilidade e à identificação da hemoglobina variante realizada por capilaridade, no equipamento CAPILLARYS 2. Resultados: No período foram avaliadas20.344 amostras. O teste de triagem automatizado, através da técnica eletroforese capilar para HbA1c, detectou-se a presença de hemoglobina variante em 580 amostras (2,85%).A análise destas amostras, através da identificação da hemoglobina variante, demonstrou que351 (60,6%)apresentaram Hemoglobina S (Hb S) presente, 135 (23,2%) foram identificadas como Hemoglobina C, 16 amostras (2,7%) identificadas como Hemoglobina E e 78 amostras (13,5%) foram detectadas outras hemoglobinas. O Teste da Mancha foi realizado nas 580 amostras, destas, 351 (60,6%)apresentaram resultados positivos. Após confirmação por eletroforese, evidenciamos a compatibilidade das técnicas em 100% das amostras analisados. Discussão: Constatou-se que o traço falcêmico foi encontrado com frequência de 1,72% entre os doadores de sangue atendidos no período definido deste estudo. A compreensão da prevalência da Hb S em doadores de sangue é importante para delinear o melhor direcionamento do concentrado de hemácias (CH), para minimizar os riscos e priorizar a qualidade da transfusão, pois não é permitido a transfusão de CH em pacientes com hemoglobinopatias, acidose grave, recém-nascidos, transfusão intrauterina, procedimentos cirúrgicos com circulação extracorpórea e paciente apresentando hipotermia. Conclusão: Os resultados da identificação de Hb S por Eletroforese Capilar e Solubilidade/Teste da Mancha positivo foram 100% compatíveis. As duas técnicas mostraram-se eficazes na triagem da Hb S em doadores de sangue testados no HEMOGO. A escolha entre a técnica de solubilidade e Eletroforese de Hemoglobina depende da necessidade específica do diagnóstico e dos recursos disponíveis. O Teste da Mancha empregado para triagem na detecção de Hb S, no presente estudo, é mais rápido, tem maior estabilidade e durabilidade dos reagentes, não necessitando de grande investimento em treinamento de pessoal e demonstrou ser tão eficaz quanto à eletroforese capilar. O Teste da Mancha pode ser utilizado em locais onde técnicas automatizadas não estão implantadas, servindo como triagem para a presença de Hb S em doadores de sangue. Em contrapartida, a Eletroforese de Hemoglobina oferece maior sensibilidade, sendo essencial para diagnóstico do paciente.