Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE ‒ HIPOPROTROMBINEMIA: RELATO DE CASO

  • G Cecchetti,
  • LCB Peruffo,
  • ACB Edir,
  • CC Miranda,
  • SHV Freiras,
  • SB Lopes,
  • FB Patricio,
  • MDC Gonçalves,
  • IS Barbosa,
  • GL Macedo

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S592 – S593

Abstract

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Objetivo: Descrever o caso de uma paciente jovem com trombose provocada com síndrome do anticorpo antifosfolipide triplo positiva que teve múltiplos episódios de sangramento, sendo diagnosticada hipoprotrombinemia após investigação etiológica. Materiais e métodos: Dados foram extraídos do prontuário médico de consultas ambulatoriais. Relato de caso: Paciente feminina, de 45 anos, com quadro de Trombose venosa profunda em membro inferior direito em 2000 após 2 meses de uso de anticoncepcional hormonal combinado oral. Fez uso de varfarina por 2 anos. Após isso teve dois partos prematuros: o primeiro com 28 semanas concomitante a quadro de pré-eclâmpsia e o segundo com 32 semanas. Em investigação etiológica, teve diagnóstico de síndrome do anticorpo antifosfolipide por critérios clínicos somados com critérios laboratoriais, positivando anticorpo antifosfolípide, anticorpo anti-B2 microglobulina e anticorpo anti-cardiolipina. Desde então manteve quadro de sangramento uterino anormal, com miomectomia videolaparoscópica em 2015 com choque hemorrágico e conversão para laparotomia. Seguido a esse episódio, foi desencadeada investigação de histórico de sangramento, com paciente tendo 10 pontos em bleeding assessment test. Paciente inicialmente com testes de triagens de coagulação alterados com pesquisa de deficiências de fatores e inibidores, com perda de paralelismo dos fatores VII, IX e VIII, e paralelismo de curvas de fator II. Os achados caracterizaram a síndrome anticorpo antifosfolípide hipoprotrombinemia. Desde então paciente é manejada com observação clínica e uso de hidroxicloroquina pela reumatologia com objetivo de redução de risco de evento trombótico. Discussão: A entidade anticoagulante lúpico hipoprotrombinemia é uma entidade que predispõe a sangramentos pela presença do anticoagulante lúpico. A deficiência de fator II deve ser suspeitada quando há prolongação simultânea de tempo de protrombina e tempo de tromboplastina ativada. Não há recomendações do tratamento dessa síndrome atualmente. O achado dessa síndrome é incomum, tendo raros registros em periódicos. Conclusão: A síndrome antifosfolípide associada com hipoprotrombinemia é uma entidade rara, sem condutas bem definidas, cujo relato de casos similares devem ser descritos para tentativas de condutas comuns. O uso de hidroxicloroquina e a manutenção da paciente sem anticoagulação parecem ser condutas possíveis com certo sucesso clínico.