Studii si Cercetari Filologice: Seria Limbi Romanice (Nov 2009)

A RETÓRICA DO OPRÓRBIU OU SOBRE AS SENTENÇAS DE CANTEMIR

  • Laura BADESCU

Journal volume & issue
Vol. 1, no. 6
pp. 35 – 43

Abstract

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Dimitrie Cantemir foi o primeiro grande vulto da cultura romena. Extraordinário poliglota (falava turco, russo, latim, grego, francês, etc.), o Príncipe Dimitrie Cantemir conseguiu obter o título de membro da Academia de Berlim, demonstrando assim as suas excepcionais qualidades científica. A História dos hieróglifos aparece como um precioso documento para conhecer a evolução da retórica aplicada à literatura romena. O uso das cartas e dos provérbios indica a dimensão perene do facto literário e, simultaneamente, confirma o estatuto de “obra aberta” atribuído à História dos hieróglifos. Ainda mais, a retórica das sentenças é utilizada como uma estratégia necessária numa certa idade do épico. È uma lição apreendida com Quintilianus, que afirmava que as obras históricas, através do que dizem, fazem parte da retórica. Tentamos comprovar a existência de uma retórica da culpa, expressa através das sentenças inseridas. Do ponto de vista das inserções, a conexão por concatenação torna-se, deste modo, válida. Huizinga falava da visão unitária que existia na época medieval no que respeita os provérbios, salientando os sobre a ironia, a resignação, a passividade, etc. Sem impor essas atitudes, o discurso sentencial de Cantemir as subsome, privilegiando assim a autoridade do historiador. A batalha do Unicórnio tem desta forma possibilidade de êxito no plano da verdade inexpugnável, porque o discurso, uma vez fixado pela sentença, se fecha sobre si mesmo, formulando a demonstração em termos éticos.

Keywords