Basilíade (Jan 2023)

CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELIGIÃO SEGUNDO A ECOSOFIA

  • Eduardo Ferreira Chagas,
  • Antônio Adriano de Meneses Bittencourt

DOI
https://doi.org/10.35357/2596-092X.v5n9p57-72/2023
Journal volume & issue
Vol. 5, no. 9

Abstract

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O termo Ecosofia evoca a necessidade de se pensar uma nova relação entre o homem e o meio ambiente a partir de um paradigma pós-cartesiano, uma vez que sob a égide do cartesianismo subscreveu-se uma forma de dominação sobre a natureza onde a última se apresenta como “serva” do homem. Tal expressão remonta ao pensamento do ambientalista norueguês Arne Naess, fundador do movimento conhecido como Deep Ecology, o qual, entre outras características, estabelece que o problema da ecologia está além de um único campo de estudos, envolvendo o esforço coletivo de diferentes áreas, uma vez que se trata de um tema de responsabilidade de todos. Diversos pensadores podem ser incluídos no desenvolvimento daquele conceito, indo de Rousseau a Félix Guattari, a sociólogos como Michel Maffesoli e físicos como Fritjof Capra. Compreendemos, com base nos trabalhos de alguns dos seus principais teóricos, que a Ecosofia abrange uma dimensão metafísica que está além das formas consensuais de combate ao desequilíbrio ambiental, os quais se instrumentalizam através de acordos e metas estabelecidas através de instituições políticas, mas que se promove como uma cosmovisão que tem como princípio transformar a consciência humana para que se acomode aos termos de um novo convívio entre si e com a natureza. Daqui emergem duas tarefas a serem plenamente consolidadas: o reconhecimento da interdependência dos seres vivos entre si, em relação ao meio ambiente e à natureza tomada como origem comum de todos. Este último ponto exprime um conflito com a tradição espiritual do Ocidente de matriz judaico-cristã.

Keywords