Cadernos CIMEAC (Jun 2021)

A cooptação neocolonial da agência por meio da patologização da pobreza, da diversidade e da desigualdade nos EUA e como enfrentá-la com uma educação ativista transformadora

  • Soraya Franzoni Conde,
  • Eduardo Vianna,
  • Araminta Pole

DOI
https://doi.org/10.18554/cimeac.v11i1.5247
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 1
pp. 250 – 276

Abstract

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Este trabalho aborda a relação entre a patologização dos(as) estudantes oriundos(as) da classe trabalhadora, de imigrantes e de minorias étnico-raciais nos Estados Unidos e a cooptação da agência dessa população historicamente explorada e submetida a opressões sociais e educacionais. Para isso, utilizamos a concepção de agência desde o Posicionamento Ativista Transformador (Transformative Activist Stance – TAS), desenvolvido por Stetsenko (2017), a filosofia da práxis em Marx (1989), a teoria histórico-cultural de Vygotsky (2002) e a perspectiva anticolonialista de Freire (2019) e Quijano (2019). Primeiramente, apresentamos as condições de vida e de trabalho de estudantes vulneráveis e latinos(as) em Nova York e nos Estados Unidos, depois tratamos um conjunto de discussões teóricas oriundas de pesquisas sobre o contexto da patologização da pobreza, do déficit, da diferença e da desigualdade social. Em seguida, apresentamos as histórias de vida e de escolarização de estudantes do Community College da City University of New York (CUNY) diagnosticados(as) como deficientes de aprendizagem e a sua luta dentro do sistema educacional americano. O processo de patologização daqueles(as) que não se enquadram no padrão branco e supremacista norte-americano culmina numa nova forma de colonialismo (o Sul dentro do Norte Global), resultante na cooptação da agência crítica e transformadora daqueles(as) que, a priori, poderiam ser o motor da transformação do sistema escolar que os(as) oprime.

Keywords