Revista Portuguesa de Cardiologia (Dec 2020)
Dual antiplatelet therapy in myocardial infarction with non-obstructive coronary artery disease – insights from a nationwide registry
Abstract
Introduction and objectives: Dual antiplatelet therapy (DAPT) is a mainstay for myocardial infarction (MI) therapy. However, in patients with myocardial infarction with non-obstructive coronary artery disease (MINOCA), clear recommendations are lacking in the literature. This study aims to identify the cases in which DAPT is currently prescribed at discharge for MINOCA. Methods: The authors analyzed a cohort of patients from a multicenter national registry enrolling patients who suffered their first MI between 2010 and 2017, and underwent coronary angiography revealing absence of stenosis ≥50%. Individual antithrombotic therapy was identified. A logistic regression analysis was applied to search for predictors of DAPT. Results: From a total of 16 237 patients analyzed, 709 (4.4%) were categorized as MINOCA. Mean age was 64±13 years, 46.3% (n=409) were females. 390 (55.0%) of MINOCA patients were discharged on DAPT. Males (OR 1.67, CI 95 [1.05-2.38], p=0.027), active smokers (OR=1.82, CI 95 [1.05-3.16], p=0.033), previous percutaneous intervention (OR 3.18, CI 95 [1.48-6.81], p=0.003), ST elevation MI (OR 2.70, CI 95 [1.59-4.76], p<0.001) and sinus rhythm at admission (OR=3.94, CI 95 [2.07-7.48], p<0.001) were independent predictors of DAPT use. Conclusion: In this nationwide registry, DAPT was prescribed at discharge in 55% of MINOCA patients. Beyond sinus rhythm, the variables presented as independent predictors for DAPT use identify subgroups of patients who are classified as more prone to thrombotic events. The issue of how to handle antithrombotic agents in MINOCA patients is a topic open for discussion. Resumo: Introdução e objetivos: A dupla antiagregação plaquetar (DAPT) assume um papel central no tratamento dos doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM). Não há, no entanto, indicações claras para o tratamento de doentes com EAM sem doença coronária obstrutiva (MINOCA). Este artigo tem por objetivo identificar em que doentes com MINOCA é atualmente prescrita DAPT. Métodos: Os autores analisaram uma coorte de doentes de um registo nacional multicêntrico incluindo doentes com um primeiro EAM entre 2010 e 2017 e que realizaram coronariografia que revelasse ausência de qualquer estenose ≥50%. A terapêutica antitrombótica individualizada foi identificada e, de forma a determinar preditores da utilização de DAPT, uma regressão logística foi aplicada. Resultados: De 16 237 doentes, 709 (4,4%) foram classificados como MINOCA. A idade média foi 64±13 anos, 46,3% do género feminino. Dos doentes com MINOCA 390 (55,0%) tiveram alta hospitalar sob DAPT. O género masculino (OR 1,67, 95CI [1,05-2,38], p=0,027), ser fumador ativo (OR=1,82, 95CI [1,05-3,16], p=0,033), ter pelo menos uma intervenção coronária percutânea prévia (OR 3,18, 95CI [1,48-6,81], p=0,003), o diagnóstico de EAM com supradesnivelamento do segmento ST (OR 2,70, 95CI [1,59-4,76], p<0,001) e a presença de ritmo sinusal à admissão (OR=3,94, 95CI [2,07-7,48], p<0,001) foram os preditores independentes para a utilização de DAPT. Conclusão: Neste estudo baseado num registo nacional, DAPT foi prescrita à alta a 55% dos doentes com MINOCA. Para além da presença de ritmo sinusal, os preditores independentes de utilização de DAPT identificam um subgrupo de doentes habitualmente classificado como tendo maior risco de eventos trombóticos. A questão de como lidar com o esquema antitrombótico de doentes com MINOCA permanece um tópico em discussão.