Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Nov 2008)

Grupo de hipertensos: o perfil dos participantes e a influência no controle da hipertensão

  • Daniela Lopes Gomes,
  • Mário Sérgio Soares de Mário Sérgio Soares de Paula,
  • Wilandell Neves Fernandes Rocha,
  • Milena Pereira Saraiva

DOI
https://doi.org/10.5712/rbmfc3(12)365
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 12

Abstract

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A Hipertensão Arterial Sistêmica é a mais freqüente das doenças cardiovasculares . são cerca de 17 milhões de portadores de hipertensão arterial no Brasil. Apresenta características específicas do processo de cronicidade e multiplicidade de fatores associados; longo curso assintomático, além da evolução para complicações. Portanto, cada vez mais se comprova a necessidade de uma abordagem coletiva e multidisciplinar para se obter resultados mais consistentes e duradouros no controle da hipertensão arterial. Esse trabalho objetiva avaliar o perfil dos participantes do grupo de hipertensos segundo o sexo, a faixa etária, a renda familiar e per capita, a ocupação, a participação em grupos comunitários, o tipo de serviço de saúde ao qual recorreria em caso de doença, a freqüência no grupo de hipertensos e a influência deste grupo no que se refere ao controle da pressão arterial. Foram utilizadas as fichas A, a ata de reuniões do grupo de hipertensos e dados do levantamento do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) para obtenção dos dados das pessoas da amostra estudada, do bairro Vila Ipiranga, em Montes Claros (MG). Além disso, aplicou-se questionário para avaliar a influência do grupo no controle da pressão. Após análise dos dados, percebeu-se uma prevalência de mulheres no perfil dos participantes do grupo de hipertensos; uma idade média superior a 60 anos; mais da metade recorreriam à Unidade de Saúde em primeira instância em caso de doença; a ocupação predominante é aposentado/ pensionista e a maioria participa de grupo religioso. Quanto à renda familiar e à per capita, predominam as faixas de um a dois salários mínimos e menor que um salário mínimo, respectivamente. O grupo mostrou-se efetivo, já que todos os entrevistados relataram que ele contribuiu para o controle da pressão arterial, funcionando como importante instrumento no sentido de fornecer esclarecimentos acerca da doença, influenciar na mudança de hábitos de vida e conscientização quanto à importância de seguir o tratamento corretamente. Quando se faz uma avaliação longitudinal, selecionando os usuários que participaram três ou mais vezes, percebe-se que, dos 13, 10 (76,92%) evoluíram com diminuição dos níveis pressóricos e controle da PA, corroborando a influência positiva do grupo no controle da PA.

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