Albuquerque (May 2020)
A histórica relação entre arte e antropologia
Abstract
Afim de tecer esta discussão é imprescindível corroborar que a arte tem sido um conceito, uma noção ou ainda uma categoria controversa para a teoria antropológica desde a sua formulação e (re)formulação e posterior engajamento epistemológico. Mediante isto, a Antropologia ficou muitas vezes entre o reconhecimento da singularidade cultural de objetos e práticas que não poderia qualificar como arte sem cair no etnocentrismo, reducionismo e esforço para compor tão amplas que incluem uma variedade de práticas humanas e não-humanas sobre os quadros comparativos da experiência estética. Para sair do espaço definido por estes dois discursos, Alfred Gell o principal propulsor da Antropologia da Arte moderna, sugeriu que a experiência da arte tem a ver com uma forma especial de atribuição de agência a objetos e imagens. Assim, podemos considerar que este fenômeno pode ser o ponto de partida para desenvolver uma verdadeira teoria antropológica da arte, construída sobre a especificidade e particularidade da disciplina e suas ferramentas conceituais. Por assim dizer, a abordagem levanta questões sobre a definição dos conceitos de agência, personalidade e materialidade que comprometem outras versões de análise crítica cultural. Portanto, o presente artigo buscar realizar uma investigação histórica do desenvolvimento da disciplina Antropologia da Arte, perpassando por diferentes teorias, tradições e perspectivas tendo como eixo propulsor a cultura material, arte e cosmologia Guarani de Mato Grosso do Sul.
Keywords