Mana (Oct 2009)
Por uma antropologia benjaminiana: repensando paradigmas do teatro dramático
Abstract
Este ensaio se apresenta como um canteiro de obras benjaminiano. A justaposição de figuras aparentemente distantes em relações bruscas e surpreendentes talvez provoque estranhamento. Mas as afinidades são reveladoras. Nos remoinhos dos estudos de Michael Taussig, busco uma composição teórica em contraponto: de um lado, Victor Turner e Clifford Geertz, cujos escritos nos levam a pensar possivelmente numa espécie de paradigma do teatro dramático na antropologia e, de outro, duas figuras às margens da antropologia e do teatro dramático - Walter Benjamin e Bertolt Brecht. A força gravitacional do ensaio encontra-se nessas margens, especialmente na obra fragmentada de Benjamin. Trata-se de um ensaio por uma antropologia benjaminiana, que se organiza em torno de três alegorias: 1. espelho mágico; 2. estilhaçamento; e 3. lampejos. O percurso não deixa de sugerir a forma de um rito de passagem insólito: a passagem para uma condição de passagem.This essay is presented as a Benjaminian work site. The juxtaposition of apparently distant figures in brusque and surprising relations may well cause puzzlement. But the affinities are revealing. In the whirlpools of Michael Taussig's studies, I search for a theoretical composition in counterpoint: on one side, Victor Turner and Clifford Geertz, whose writings possibly lead us to think of a kind of paradigm of the dramatic theatre in anthropology, and, on the other, two figures on the margins of anthropology and the dramatic theatre - Walter Benjamin and Bertolt Brecht. The essay's gravitational force is located on these margins, especially the fragmented work of Benjamin. In short, this is an essay towards a Benjaminian anthropology, organized around three allegories: (1) magic mirror; (2) shattering; and (3) flashes of light. In some ways, the journey suggests the form of an unusual rite of passage: the passage towards a passing condition.
Keywords