Cadernos de Saúde Pública (Mar 1994)

Consumo de psicofármacos em uma região administrativa do Rio de Janeiro: a Ilha do Governador Consumption of psychotropic drugs in an Administrative Region of the city of Rio de Janeiro: Ilha do Governador

  • Liz Maria de Almeida,
  • Evandro da S. F. Coutinho,
  • Vera Lúcia E. Pepe

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1994000100002
Journal volume & issue
Vol. 10, no. 1
pp. 5 – 16

Abstract

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Em 1988, um inquérito epidemiológico foi realizado para se estimar a prevalência de alcoolismo crônico e uso de álcool na população da XX Região Administrativa da cidade do Rio de Janeiro. O instrumento incluiu perguntas sobre o consumo de psicofármacos, café e cigarros. Este trabalho analisa os dados referentes ao consumo de psicofármacos nos 30 dias anteriores à pesquisa. A amostra representativa da população acima de 13 anos foi composta por 1.459 pessoas, Os resultados mostram uma prevalência de consumo global de 5,2% (3,1% para homens e 6,7% para mulheres). As mulheres, as pessoas mais velhas (especialmente pessoas entre 60 e 69 anos), os separados e viúvos, e as pessoas de renda mais baixa apresentaram prevalências mais elevadas. Avaliou-se a associação de cada variável demográfica através do cálculo deodds ratio ajustado por regressão logística. Os tranqüilizantes derivados dos benzodiazepínicos predominaram entre os tipos de psicofármacos referidos (85,23%), seguidos pelos antiepilépticos (5,68%) e pelos hipnóticos e sedativos (4,54%). Os clínicos não-especializados em neurologia ou psiquiatria lideraram as prescrições (65,8%). Oitenta por cento dos medicamentos foram obtidos na rede privada, enquanto 13,16% foram adquiridos na farmácia pública, quase todos mediante a apresentação do receituário controlado. Os resultados são discutidos e novas linhas de pesquisa são apontadas.In 1988, a cross-sectional survey was conducted to estimate the prevalence of alcoholism and alcohol consumption in the 20th Administrative Region of the city of Rio de Janeiro. The interview protocol included questions about consumption of psychotropics, coffee, and cigarettes. This paper presents data from psychotropic consumption in the month. The sample of the population older than 13 years old included 1,459 subjects. Overall consumption of psychotropic drugs was 5.2%. Rate of psychotropic use was higher for females (6.7%) than for males (3.1%). Users were predomonantly women, elderly, (the highest rate was for those between 60-69 years), divorced or widows, and with lower family income. The association of each socio-demographic variable was evaluated by the odds ratio adjusted by logistic regression. Anxiolytics (benzodiazepines) predominated (85.23%) among the reported psychotropics, followed by antiepileptics (5.68%) and hypnotics and sedatives (4.54%). Physicians not specializing in neurology or psychiatry lead prescriptions (65.8%). 80.26% of the drugs were obtained in pharmacies, while 13.16% were obtained in governmental institutions, most of them by controlled prescriptions. The results are discussed and new lines of research are suggested.

Keywords