Revista Águas Subterrâneas (Sep 2004)
AVALIAÇÃO DA POSSÍVEL PRESENÇA DE DEFENSIVOS PARA MADEIRA NO AQUÍFERO LIVRE EM ÁREA INDUSTRIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM
Abstract
Neste trabalho foi realizado um estudo de caso no município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, em área onde até recentemente eram produzidos defensivos para madeira. O principal objetivo foi avaliar, na água freática e na zona insaturada, a possível presença dos compostos organoclorados 1,1-di-(clorofenil)-2,2,2 tricloroetano (DDT), hexaclorociclohexano (HCH) e heptacloro, utilizados por algumas empresas locais para a conservação da madeira. Na água do aqüífero livre, coletada em poços de monitoramento, e em todo o perfil da zona insaturada, não se detectou a presença dos compostos investigados. Entretanto, cabe ressaltar que o limite de detecção do método utilizado para as análises da zona insaturada (1,2 µg/kg.) foi superior a valores de intervenção estabelecidos em alguns países. Levando-se em consideração que pouco se conhece sobre o comportamento das substâncias analisadas em solos de regiões com clima quente e úmido e taxa de precipitação elevada, alguns metabólitos desses compostos, bem como outras substâncias tóxicas, podem estar presentes nos meios estudados. Essa possibilidade, associada à elevada vulnerabilidade do aqüífero freático à contaminação, aponta para a necessidade de estudos mais detalhados na área industrial enfocada.