Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

REAÇÕES ADVERSAS RELACIONADAS À POLIMIXINA B EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO TERCIÁRIO DO PARANÁ

  • Francielly Palhano Gregorio,
  • Renata Aparecida Belei,
  • Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho,
  • Isabelly Karolayne dos Santos Henrique,
  • Karine Maria Boll,
  • Sirlei Luiza Zanluchi Donegá,
  • Dora Silvia Corrêa de Moraes,
  • Cibelly da Silva Rocha Bono,
  • Pedro Luiz Belei Garcia,
  • Herlieni De Oliveira Mota e Silva,
  • Renata Pires de Arruda Faggion,
  • Victoria Davanço,
  • Gilselena Kerbauy Lopes

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 102875

Abstract

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Introdução/Objetivo: para o tratamento de infecções graves causadas por bactérias gram negativas, o sulfato de Polimixina B tem se mostrado uma opção. Entretanto, é uma medicação que pode apresentar efeitos nefrotóxicos e neurotóxicos. O objetivo desse trabalho é descrever as reações adversas a medicamentos (RAM) relacionadas ao tratamento com Polimixina B. Métodos: foram analisados os pacientes internados em um hospital universitário terciário que utilizaram Polimixina B, entre janeiro e março de 2021 e janeiro e agosto de 2022, e apresentaram suspensão por suspeita de RAM, seguida pela introdução de Polimixina E. Os dados foram coletados em módulos de prontuário eletrônico em gestão e controle de estoques do sistema Dedalus Healthcare Systems Group® e tabulados no programa Microsoft Excel. Também foram utilizados os registros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Resultados: foram avaliados 36 pacientes com idade média de 61 anos, a maioria (87,10%) internados em unidades de terapia intensiva. Do total, quatro foram diagnosticados com COVID-19, sendo três fora do período de isolamento e um ainda isolado. Os principais sinais e sintomas encontrados associados à RAM foram midríase, rebaixamento do nível de consciência, dessaturação, hipotensão, parada cardiorrespiratória e parestesia. Essas reações adversas se desenvolveram durante e após a infusão da Polimixina B. Foram identificados fatores que podem ter contribuído, como dose mais elevada do que a recomendada, concentração da solução inadequada, taxa infusional acima do preconizado e interações medicamentosas correlatas que podem ser relacionadas a efeitos de neurotoxicidade. Em cinco casos houve esforço respiratório, queda da saturação e rebaixamento do nível de consciência, necessitando de intubação e ventilação mecânica. Estes cinco pacientes apresentaram midríase, revertida posteriormente. Conclusão: as RAM apresentadas durante ou após a infusão da Polimixina B foram extremamente graves e necessitaram da implantação de ações de segurança ao paciente, a fim de atendê-los prontamente e evitar danos. Os serviços de saúde precisam manter ações de farmacovigilância no preparo e administração e também vigilância contínua do paciente. Além disso, deve ser realizada uma análise criteriosa e rotineira da prescrição com possível adequação da diluição, da infusão e análise das interações medicamentosas de maneira prévia à administração.

Keywords