Revista Brasileira de Epidemiologia (Feb 2019)
Desigualdades sociais na autoavaliação de saúde dos idosos da cidade de São Paulo
Abstract
RESUMO: Objetivo: Descrever a prevalência da autoavaliação de saúde ruim e muito ruim em idosos não asilados vivendo na cidade de São Paulo em 2010 e identificar se persistem as desigualdades sociais anteriormente relatadas para esta condição. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, com amostra representativa de 1.344 pessoas com 60 anos ou mais vivendo na cidade, participantes do Estudo SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento). Foi aplicado questionário sobre características sociodemográficas, incluindo três questões de autoavaliação de saúde: uma pergunta direta sobre a condição atual, uma comparação com a condição das demais pessoas da mesma idade, e uma comparação consigo mesmo há um ano. A análise comparativa utilizou modelos de regressão de Poisson, relatando a razão de prevalências como medida de associação entre variáveis. Resultados: Apenas 7,8% dos idosos relataram autoavaliação negativa de saúde em 2010, proporção análoga à dos que se consideraram em pior condição de saúde que as demais pessoas de mesma idade (8,7%). No entanto, foi mais elevada a prevalência de idosos que relataram piora em relação ao ano anterior: 29,2%. Independentemente da questão utilizada, a prevalência de autoavaliação negativa de saúde associou-se diretamente com piores indicadores de renda, escolaridade e classes de consumo. Também foram observadas diferenças significativas entre os sexos, grupos etários e categorias de cor da pele. Conclusão: Diferenças na prevalência de autoavaliação negativa de saúde persistem afetando os grupos sociodemográficos. O conhecimento já disponível sobre desigualdades sociais de saúde não propiciou suprimir ou atenuar a injustiça social neste desfecho.
Keywords