Religião e Sociedade (Feb 2020)

“Não estou aqui para discutir aspectos religiosos”: a defesa do criacionismo com argumentos tecnocientíficos

  • Brunah Schall,
  • Victor Fernandes,
  • Yurij Castelfranchi

DOI
https://doi.org/10.1590/0100-85872019v39n3cap09
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 3
pp. 197 – 220

Abstract

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Resumo: Neste artigo, analisamos a controvérsia do criacionismo em discursos públicos de políticos, cientistas e jornalistas, focando a argumentação na gramática dos direitos e na apropriação de racionalidade tecnocientífica. Observamos que o criacionismo é defendido ora como um assunto de interesse público com base no direito à liberdade de crença, ora como uma crença particular que não interfere na vida pública de políticos, e ainda como teoria científica à qual se nega a liberdade acadêmica e de expressão. A adoção estratégica de diferentes discursos demonstra uma tentativa do movimento não apenas de resistir à lógica que lhe é imposta por seus adversários, mas uma insistência em existir dentro dessa própria lógica que busca expulsá-los da vida pública e da ciência.

Keywords