Reflexão (Nov 2022)

Capitalismo, religião e as liturgias do consumo

  • Tiago de Melo Novais

DOI
https://doi.org/10.24220/2447-6803v47e2022a6719
Journal volume & issue
Vol. 47

Abstract

Read online

Este artigo discute a temática do capitalismo como religião através do diálogo entre duas abordagens, a saber, a da crítica ao capitalismo realizada pela Teologia da Libertação Latino-Americana e a da crítica às liturgias do capitalismo desenvolvida pela teologia filosófica de recorte evangelical de James K. A. Smith. Utilizando uma metodologia exploratória e fontes exclusivamente bibliográficas, o artigo tem como objetivo compreender as dinâmicas sociais de natureza religiosa presentes nas sociedades de mercado. Para isso, explora, em primeiro lugar, os fundamentos conceituais da noção do capitalismo como religião por meio de Walter Benjamin, a estrutura mítica do capitalismo segundo a Teologia da Libertação e alguns desdobramentos contemporâneos desenvolvidos por Jung Mo Sung. Em seguida, apresenta a proposta antropológica de James K. A. Smith, o qual, influenciado por Agostinho, entende o ser humano como animal litúrgico (homo liturgicus), formado a partir da ordenação dos seus afetos, oferecendo a esta discussão uma crítica ao capitalismo como força (de)formadora de indivíduos em sociedades de consumo. Portanto, ao propor uma aproximação das duas críticas ao capitalismo, o artigo pretende ser uma contribuição para que as Ciências da Religião e Teologia possam enriquecer seus quadros conceituais, que servem de análise dos fenômenos sociais contemporâneos.

Keywords