Reproductive Health (May 2018)

Adverse effects in children exposed to maternal HIV and antiretroviral therapy during pregnancy in Brazil: a cohort study

  • Adriane M. Delicio,
  • Giuliane J. Lajos,
  • Eliana Amaral,
  • Fernanda Cavichiolli,
  • Marina Polydoro,
  • Helaine Milanez

DOI
https://doi.org/10.1186/s12978-018-0513-8
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 1
pp. 1 – 16

Abstract

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RESUMO Introdução O uso da terapia antirretroviral (TARV) na gestação se associou a dramática redução da transmissão vertical (TV) do HIV, porém demonstrou poder estar relacionado a efeitos adversos neonatais. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos neonatais decorrentes da exposição à TARV materna. Métodos estudo observacional analítico de uma coorte de recém-nascidos de gestantes infectadas pelo HIV atendidos no Serviço de Obstetrícia do CAISM/UNICAMP entre 2000 e 2015. Foram avaliados os seguintes efeitos adversos: anemia, plaquetopenia, alteração hepática, prematuridade, baixo peso e malformação congênita. Os dados foram coletados dos prontuários dos pacientes e inseridos em banco específico. A análise descritiva foi realizada por meio de frequências simples (n) e relativas (%) e cálculos de média, desvio-padrão e mediana. As associações entre variáveis foram testadas por meio do Qui-quadrado ou Exato de Fisher (n < 5) e Razão de Risco com respectivo valor de p para as categóricas e por meio do t Student (dados paramétricos) ou Mann-Whitney (não-paramétricos) para as quantitativas. O nível de significância foi de 0,05. A análise multivariada foi realizada através da Regressão Logística de COX. No processamento e análise dos dados, foi utilizado o programa SAS 9.4. Resultados foram analisados dados de 787 recém-nascidos. A taxa de TV do HIV foi de 2,3%, sendo 0,8% nos últimos 5 anos. Os efeitos adversos observados foram alteração hepática (36%), anemia (25,7%), baixo peso (22,5%), prematuridade (21,7%), crianças pequenas para idade gestacional (PIG) (18%), malformações congênitas (10%) e plaquetopenia (3,6%). Em análise multivariada, o CD4 periparto maior que 200 células/mm3 foi protetor para baixo peso e prematuridade, e a cesárea esteve associada ao baixo peso ao nascimento, mas não ao parto prematuro. A anemia esteve associada ao parto prematuro e à exposição a zidovudina materna. A alteração hepática esteve associada à carga viral materna periparto detectável e à exposição a nevirapina. Não houve associação entre diferentes esquemas de TARV e tempo de exposição às drogas maternas com prematuridade, baixo peso e malformação congênita. Conclusão a TARV potente materna com consequente controle da carga viral é o maior fator responsável pela redução da TV do HIV. Ela está associada a frequência elevada de efeitos adversos no recém-nascido, porém a maioria de menor gravidade.

Keywords