Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Oct 2023)

Relação da Ascensão Matinal da Pressão Arterial com a Hipertrofia Ventricular Esquerda em Hipertensos Obesos

  • Natascha Gonçalves Francisco Palmeira,
  • Henrique Tria Bianco,
  • Maria Teresa Nogueira Bombig,
  • Fernando Focaccia Povoa,
  • Francisco A. H. Fonseca,
  • Maria Cristina Izar,
  • José Marcos Thalenberg,
  • Braulio Luna Filho,
  • Fabiane Marui,
  • Simone Matheus Fischer,
  • Celso Amodeo,
  • Dilma do Socorro Moraes de Souza,
  • Rui Povoa

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20230050
Journal volume & issue
Vol. 120, no. 9

Abstract

Read online Read online

Resumo Fundamento O aumento do peso frequentemente desencadeia mecanismos que elevam a pressão arterial. A obesidade causa mudanças estruturais no miocárdio, incluindo aumento da massa ventricular, dilatação atrial, bem como disfunções diastólicas e sistólicas. Além disso, variações pressóricas nos hipertensos obesos, como a ascensão matinal (AM), podem ter relevância clínica na prevenção dos eventos cardiovasculares. A AM da pressão arterial é um fenômeno fisiológico, que quando elevada pode ser considerada um fator de risco independente para eventos cardiovasculares. Objetivo Avaliar valores da elevação da AM e sua associação com a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e com o Descenso do Sono (DS) em obesos e não obesos hipertensos. Métodos Estudo transversal que avaliou medidas pressóricas à monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e a presença de HVE, avaliada pela ecocardiografia, em 203 pacientes hipertensos em tratamento ambulatorial, separados em dois grupos: 109 não obesos e 94 hipertensos obesos. O nível de significância adotado foi de 0,05 em testes bicaudais. Resultados A AM acima de 20 mmHg à MAPA foi detectada em 59,2% dos pacientes do grupo “não obesos” e em 40,6% no grupo “obesos”. A HVE foi encontrada em 18,1% no grupo dos não-obesos e em 39,3% no grupo de obesos, p16 mmHg esteve associada à HVE, com [razão de prevalência: 2,80; IC95% (1,12–6,98), p=0,03]. Para o grupo dos “não obesos”, o ponto de corte da AM para essa associação foi >22 mmHg. Conclusão A AM elevada associou-se positivamente com HVE, com comportamento peculiar na população de hipertensos e obesos.

Keywords