Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE POLIMORFISMOS NOS GENES DA PERFORINA E DA GRANZIMA B EM PACIENTES ONCO HEMATOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE UBERABA/MG

  • TT Souza,
  • LF Ananias,
  • I Zampieri,
  • LLPE Silva,
  • MHG Matheus,
  • TI Egilio,
  • DPM Resende,
  • SCSV Tanaka,
  • HM Souza,
  • FB Vito

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S1146

Abstract

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Objetivo: Avaliar a frequência de polimorfismos rs35947132 (272C>T) e rs8192917 (164G>A) dos genes PRF1 e GZMB , respectivamente, em pacientes com linfomas e mieloma múltiplo. Material e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional, em que foram analisadas 90 amostras de pacientes diagnosticados com linfomas ou mieloma múltiplo e o grupo controle, atendidos em hospitais do município de Uberaba/MG. O DNA genômico foi obtido a partir das amostras de sangue total com a utilização de kit apropriado, seguindo as recomendações do fabricante. A genotipagem foi realizada por discriminação alélica, por meio de ensaio fluorogênico 5’nuclease, com sondas TaqMan . A análise estatística foi feita usando o software Graphpad Prism (v.8) , considerando o valor significativo se p < 0,05. Resultados: Das 90 amostras analisadas, 26 (28,88%) foram diagnosticadas com linfoma, 35 (38,88%) com mieloma e 29 (32,22%) eram do grupo controle. Quanto ao polimorfismo rs35947132 , a distribuição dos genótipos CC, TT e CT, respectivamente, foi de 66,66% (14), 19,06% (4) e 14,28% (3) nos pacientes com linfoma; 59,09% (13), 27,27% (6) e 13,63% (3) nos pacientes com mieloma; e 0%(0), 16% (4) e 84% (21) no grupo controle. Em relação ao polimorfismo rs8192917, a distribuição dos genótipos GG, AA e GA, respectivamente, foi de 40% (10), 52% (13) e 8% (2) nos pacientes com linfoma; 30,30% (10), 63,63% (21) e 6,06% (2) nos pacientes com mieloma; e 20,68% (6), 41,37% (12) e 37,94% (11) no grupo controle. Os dados da frequência alélica para a variante rs35947132 mostram que o alelo variante (T) foi significativamente mais presente no grupo controle tanto em comparação aos linfomas (p = 0,003) quanto ao mieloma (p = 0,02), enquanto que para a variante rs8192917, não foram observadas diferenças significativas (p = 0,8441 e p = 0,5748). Discussão: As proteínas citolíticas perforina e granzima B são moléculas efetoras importantes utilizadas pelos linfócitos citotóxicos no combate a tumores. Sendo assim, trabalhos anteriores já relataram que a variante rs35947132 no gene da perforina contribui para uma desregulação na resposta imune e que poderia estar envolvida na patogênese de desordens linfoproliferativas, além de já ter sido relatada que a mutação monoalélica nesse gene aumentaria a susceptibilidade a linfomas. Porém, neste trabalho, não foi possível observar esse achado, sendo que observou-se um predomínio do alelo variante no grupo controle, o que pode indicar um possível papel protetor desse polimorfismo nesse tipo específico de câncer na população em estudo. Em relação ao polimorfismo rs8192917 do gene GZMB, já foi evidenciado sua influência na atividade antitumoral por meio do impacto negativo na citotoxicidade das células Natural Killer , favorecendo a progressão do tumor. Não foi visto, nesse trabalho, associação significativa da presença da variante com a ocorrência de linfoma ou mieloma. Conclusão: O presente estudo observou uma maior frequência do alelo variante rs35947132 em indivíduos do grupo controle sugerindo uma possível associação entre esse polimorfismo e uma menor susceptibilidade no desenvolvimento de linfomas e mieloma, no entanto mais estudos são necessários para compreender essas associações genéticas complexas e confirmar esses achados.